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Justiça Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024, 09:33 - A | A

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Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024, 09h:33 - A | A

EM DISPUTA HÁ 20 ANOS

MPF cobra urgência na regularização fundiária de fazenda onde defensora foi presa

Conflitos geraram morte, prisão de padre, e agressão de defensora pública por PM

DA REDAÇÃO

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que julgue com a máxima celeridade os processos administrativos que visem à regularização fundiária em favor dos atuais detentores da Fazenda Cinco Estrelas, em Novo Mundo (744 km de Cuiabá). Local foi palco de ação truculenta da Polícia Militar que culminou na prisão da defensora pública Gabriela Becker, no fim de maio. Nos novos pedidos, o MPF também requisitou acesso integral aos processos.

No último dia 24 de julho, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) deferiu, em parte, efeito suspensivo no cumprimento da sentença provisória que viabilizava a imissão da União na posse de área equivalente a 2 mil hectares da fazenda.

A decisão do TRF1 atrelou o cumprimento a julgamento de processo administrativo feito por posseiros ao Incra. Nesse processo, os apelantes oferecem um “acordo” em que cederiam parte de imóvel à reforma agrária. Contudo, de acordo com o MPF, a área “oferecida” por eles já é reconhecidamente da União.

O MPF avalia que, assim, houve um retrocesso na destinação da área à reforma agrária e o respectivo assentamento das famílias que se encontram em estado de extrema vulnerabilidade no local, uma vez que a decisão do TRF1 impede a imediata retomada da área com a respectiva retirada dos grileiros.

De acordo com o procurador da República Matheus de Andrade Bueno, que assina a recomendação, o recente episódio em que a Polícia Militar mato-grossense agiu com violência contra acampados, que "decorreu a prisão de um Padre, de agentes da Comissão Pastoral da Terra e até mesmo de uma Defensora Pública Estadual que, além de detida no exercício de atividade profissional e em gozo de prerrogativas institucionais próprias, foi agredida pela Polícia Militar, conforme vastamente noticiado pela imprensa estadual".

HISTÓRICO

Há quase 20 anos, dezenas de famílias esperam por uma decisão judicial que viabilize o assentamento definitivo em parte das terras da fazenda. Em 2020, sentença de primeira instância determinou que a área fosse destinada à reforma agrária mas ainda há recursos pendentes de análise.

Em abril deste ano o Incra criou, em dois mil hectares da Gleba Nhandú (menos da metade da área da Fazenda Cinco Estrelas), o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Novo Mundo, com capacidade para assentar 74 famílias, tratando-se, portanto, de assentamento já regularmente instituído. No entanto, sua efetividade depende da retirada dos fazendeiros reconhecidos pela Justiça Federal como ocupantes ilegais da área pública federal.

A escalada de violência no local levou à morte, no último dia 20 de abril, um dos líderes do Acampamento União Recanto Cinco Estrelas, Claudinei Martelo. Para o MPF, em que pese o assassinato ter sido imputado a um garimpeiro que explorava ilegalmente a área, o crime deriva da indefinição sobre a área.

Diante da morosidade do Poder Judiciário no julgamento definitivo da apelação e de mandado de segurança intentados pelos posseiros, as famílias do Acampamento União Recanto Cinco Estrelas decidiram, em 27 de maio deste ano, ocupar a área destinada pelo Incra (Gleba Nhandú).

Horas após a ocupação, entretanto, forças de segurança do Estado de Mato Grosso e de empresa de segurança privada contratada pelos atuais ocupantes, sem amparo de qualquer ordem judicial, e de forma truculenta, expulsaram as famílias do local e prenderam algumas pessoas, incluindo uma defensora pública e um padre da Comissão Pastoral da Terra.

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