O desembargador Sebastião de Moraes Filho e o advogado Roberto Zampieri, amigos de longa data, discutiam futebol e trocavam queixas sobre o calor de Roma, lembrando as altas temperaturas de Cuiabá. Essa relação de 25 anos, que parecia ser de camaradagem, agora é vista sob outra ótica pela Polícia Federal, que analisa conversas armazenadas no celular de Zampieri como parte da investigação de seu assassinato.
As mensagens revelam uma relação de proximidade que pode indicar subserviência por parte do advogado. As informações são da revista Veja.
Em algumas dessas conversas, há indícios de pedidos para influenciar decisões judiciais em favor de Zampieri, além de transferências de valores via PIX e até negociações envolvendo barras de ouro, que os investigadores suspeitam ser propina para o magistrado. Em um exemplo, Zampieri menciona um erro em uma transação financeira que envolvia parentes do desembargador, o que gerou apreensão entre eles nas semanas seguintes.
Menos de duas semanas antes de ser morto, Zampieri enviou uma foto ao desembargador de barras de ouro avaliadas entre R$120 mil e R$150 mil. A investigação se intensificou após a execução do advogado em dezembro do ano passado, levando ao afastamento de Sebastião de Moraes Filho pelo CNJ, sob suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças.
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