O ex-secretário de Estado, Eder Dias Moraes, negou nesta terça-feira (14), a acusação do Ministério Público Federal de que ele teria utilizado recursos públicos para pagamentos de empréstimos em um banco clandestino de propriedade do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça. O dinheiro era repassado para o Mixto Esporte Clube, através de uma empresa do ex-secretário adjunto da Casa Civil Vivaldo Lopes. A partir de agora o processo entra na fase das alegações finais, em seguida será proferida a sentença.
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Ao juiz federal Jeferson Schneider, da Quinta Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, Eder disse hoje que usou a conta da empresa Brisa Consultoria, de propriedade de Vivaldo, para realizar repasses financeiros de R$ 530 mil ao Mixto, clube que dirigiu em 2009.
Segundo Eder, foi necessário o uso da Brisa para gerenciar as contas do Mixto, porque a diretoria do clube passava por uma momento de transição. "Estávamos em um momento de transição, as receitas que entram no clube, elas não são apenas para as despesas correntes, também existem despesas pretéritas, feitas em gestões anteriores. A Brisa nos ajudou na gestão do Mixto Esporte Clube", disse.
Conforme provas encaminhadas à Justiça Federal pela Polícia Federal, foram realizados repasses entre janeiro e março de 2010 por meio de contas da Globo Fomento Mercantil Ltda. e Comercial Amazônia de Petróleo, pertencentes a Júnior Mendonça, delator do esquema de crimes contra o sistema financeiro. As empresas são citadas no esquema de desvio de verbas públicas.
Eder Moraes questiona as declarações do empresário e diz que são falsas. "A delação de Júnior Mendonça fez, junto ao Ministério Público Federal, está eivado de inverdades, ele selecionou quem ele quis e tentou limpar as sujeiras que ele fez no passado incluindo pessoas do presente", criticou.
Segundo Eder, na medida em que ele presta esclarecimentos à Justiça "o castelo de areia das acusações, começam a desmoronar". Confiante na absolvição, neste caso, ele usa de metáfora, "a verdade é uma semente que não apodrece".
DEFESAS
De acordo com a defesa de Eder Moraes, patrocinada pelo advogado Ronan de Oliveira, os empréstimos junto a Globo Fomento foram tomados em momentos de crise do clube de futebol, mas que o compromisso havia sido liquidado pelos patrocinadores da equipe e não com desvios de verbas públicas, conforme denúncia do MPF. "O dinheiro que passava pela brisa vieram de patrocinadores e foram gastos em despesas legítimas produzidas pelo Mixto", disse.
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Já a defesa de Vivaldo Lopes, liderada pelo advogado Ulisses Rabaneda, o Mixto Esporte Clube possui documentos que comprovam as declarações feitas pelos ex-secretários de Estado.
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PRÓXIMO PASSO
Após o juíz federal Jeferson Schneider ter ouvido Vivaldo Lopes e Eder Moraes, o processo desmembrado entra para a fase de alegações finais. O MPF terá 20 dias para se manifestar sobre o caso. Em seguida, a defesa terá o mesmo prazo para sustentar as declarações dadas nas audiências.
No final deste trâmite, Shneider poderá reabrir o processo, produzir outras provas ou até mesmo proferir a sentença.
A OPERAÇÃO
A Ararath têm como alvo um gigantesco esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro envolvendo o alto escalão dos governos Blairo Maggi e Silval Barbosa, tendo como operador o ex-secretário Eder Moraes. Já Júnior Mendonça entra em cena por ser proprietário das empresas Global Fomento e Amazônia Petróleo, tidas como núcleo financeiro dos esquemas. As principais informações investigadas pela Polícia Federal são oriundas de Mendonça, através da delação premiada.
Eder chegou a ser preso na quinta fase da operação, em 20 de maio. Na mesma data o governador Silval Barbosa foi encaminhado à sede da PF por porte ilegal de arma. O deputado estadual José Riva também foi preso e ficando três dias no Complexo da Papuda, em Brasília.
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