A juíza Monica Catarina Perri Siqueira marcou para o dia 15 de setembro o júri popular da empresária Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, acusada de mandar matar o marido Toni Flor para ficar com a herança. Além dela, Igor Espinosa, Wellington Honoria Albino, Dieliton Mota da Silva, Sandro Lucio e Ediane Aparecida da Cruz Silva também serão submetidos ao Tribunal do Júri pelo crime.
Ana Cláudia deverá responder por homicídio qualificado por motivo torpe, por dificultar a defesa da vítima, ser contra o cônjuge e concurso de agentes. Já Igor responderá por homicídio qualificado cometido mediante pagamento e dificultar a defesa da vítima.
Wellington e Dieliton por homicídio qualificado mediante promessa de recompensa e por dificultarem a defesa da vítima. Já as qualificadoras de Ediane serão por motivo torpe, dificultar a defesa da vítima e concurso de agentes. Sandro Lucio irá responder por falso testemunho.
MORTE DO EMPRESÁRIO
Toni morreu no dia 11 de agosto de 2020, no momento em que chegava à academia, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. O atirador estava em frente ao estabelecimento, de cabeça baixa e perguntou pelo nome da vítima, que, quando respondeu, foi alvejada por diversos disparos.
O empresário correu para o interior da academia, sendo socorrido e encaminhado para o Pronto Socorro Municipal, com quatro ferimentos de arma de fogo. Toni chegou ao hospital consciente, sendo encaminhado imediatamente para cirurgia, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.
Durante a investigação, foi constatado que o crime foi encomendado, mediante oferta de pagamento no valor R$ 60 mil, mas a esposa teria repassado somente R$ 20 mil aos contratados. Verificou-se também que o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro. Consta nos autos, que os detalhes do crime foram discutidos em reunião virtual via WhatsApp.
Toni e Ana Claudia estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas. O casamento, no entanto vinha passando por conturbações por conta dos relacionamentos extraconjugais de Ana Cláudia. Alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.
Com receio de perder a herança, Ana Cláudia, segundo o Ministério Público (MPMT), teve a ideia de assassinar o marido e contou sobre a intenção para a manicure Ediane Aparecida da Cruz Silva. Entretanto, Ana teria dito que sofria violência doméstica.
Depois de saber sobre o intuito de Ana, Ediane passou o contato de Wellington Honório para a esposa da vítima e ambos combinaram a morte de Toni pelo valor de R$ 60 mil. Logo depois, Wellington contou sobre o crime a Dieliton Mota da Silva, 25 anos, e os dois contrataram Igor Espinosa para cometer o crime.
Igor cumpriu o combinado e executou Toni com quatro tiros em frente a academia. Após o crime, ele recebeu o valor de R$ 20 mil e se mudou para o Rio de Janeiro (RJ). Entretanto, Wellington e Dieliton não receberam o valor combinado.
QUEIMA DE ARQUIVO
Igor Espinosa foi preso no dia 10 de agosto, após ter sido apontado como o autor dos disparos que mataram Toni. Segundo investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ana Cláudia tinha o intuito de assassinar Igor depois que ele matasse o marido dela.
INTENSO SOFRIMENTO AOS FILHOS
Ana Cláudia Flor recorreu à Justiça alegando que as filhas dela estão sendo submetidas a "intenso sofrimento", por não estarem convivendo com a mãe e, por esse motivo, tentou que fosse concedida sua prisão domiciliar. Entretanto, o promotor de Justiça Samuel Frungilo reforçou que a empresária é a única responsável pelo sofrimento das filhas. O promotor pontuou ainda que "nem o amor pelas próprias filhas foi capaz de impedi-la de praticar o odioso crime de homicídio."
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