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Justiça Domingo, 22 de Dezembro de 2024, 14:12 - A | A

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RESTROSPECTIVA 2024

Ex-diretores da Unimed foram alvos de operação por desvios de R$ 400 mi

Denúncia aponta que ex-diretores assinaram balanços falsos e desviaram recursos durante a gestão 2019-2023

ANDRÉ ALVES
Redação

Seis ex-membros da diretoria da Unimed Cuiabá foram alvos de operação da Polícia Federal no dia 30 de outubro de 2024. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), acolhida pelo juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara de Mato Grosso, tornaram-se réus por falsidade ideológica o ex-presidente Rubens Carlos de Oliveira Júnior, a médica cardiologista Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, a advogada Jaqueline Proença Larrea, o ex-CEO Eroaldo de Oliveira, a controladora interna Tatiana Gracielle Bassan Leite e a contadora Ana Paula Parizotto.

LEIA MAIS: Juiz torna ex-membros da diretoria da Unimed réus por falsidade ideológica

De acordo com as investigações, os supostos crimes foram cometidos durante a gestão anterior da Unimed Cuiabá, no quatriênio 2019-2023, quando Rubens era o presidente. Eles também são investigados por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com um rombo estimado de R$ 400 milhões nos cofres da cooperativa. Os seis foram presos e, soltos no mesmo dia, tiveram suas casas vasculhadas, onde a polícia encontrou dólares, joias, relógios e canetas de luxo avaliadas em R$ 30 mil.

A Operação Bilanz mostrou que cada um dos envolvidos possuía um papel específico no esquema. Rubens é apontado como a peça central no esquema, assinando balanços contábeis falsos e enviando documentos ideologicamente falsos à ANS. Suzana elaborou os balanços ao lado de Rubens. A advogada Jaqueline orquestrou as fraudes, manipulando respostas enviadas à ANS. O ex-CEO Eroaldo e Tatiana, superintendente administrativo-financeira, centralizaram a gestão das informações contábeis e manipularam os resultados financeiros. Já Ana Paula Parizotto, superintendente administrativo-financeira, interveio diretamente na contabilidade, ordenando irregularidades.

LEIA MAIS: Veja função dos envolvidos no suposto rombo de R$ 400 milhões da Unimed Cuiabá

Cerca de cinco meses antes da operação, a cooperativa havia firmado um acordo com o MPF, reconhecendo as práticas ilegais que ocorreram na gestão anterior e se comprometendo a pagar multa de R$ 412,2 mil, além de implantar um sistema de compliance internacional. A cooperação entre a Unimed Cuiabá e o Ministério Público foi imprescindível para que o rombo viesse à tona, iniciando-se com uma notícia-crime da própria Unimed em julho de 2023.

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