Nataly Helen Martins Pereira, presa por matar a adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, foi denunciada pelo Ministério Público por feminícidio. Conforme denúncia do órgão ministerial, a qualificadora foi adicionada ao crime ao evidenciar que a suspeita escolheu a vítima por menosprezo à sua condição de mulher e por vê-la apenas mera ‘incubadora’.
No documento, o Promotor de Justiça Rinaldo Segundo pontuou que Emelly era vista por sua assassina como um objeto, "recipiente" para o bebê que Nataly desejava, o que demonstrou total desprezo pela integridade corporal e autodeterminação da vítima.
A redução de Emelly apenas à função reprodutiva ficou evidenciada, de acordo com o promotor, pelo fato de Nataly ter mantido contato com a vítima por meses, afim de monitorar a gestação dela e no momento oportuno apropriar-se violentamente da bebê que crescia em seu ventre.
Depois de atingir o objetivo, isto é, pegar a criança, Nataly ‘descartou’ o corpo de Emelly em uma cova rasa ressaltando o sentimento de que a vítima era insignificante para a denunciada.
“A hipótese de menosprezo à condição de mulher independe de violência doméstica e familiar e, enquanto a discriminação envolve o preconceito e a misoginia externado pelo sujeito ativo, o menosprezo deve ser apurado nas ações do agente. Agindo como agiu, NATALY demonstrou menosprezo à condição de mulher de Emelly, tratando-a como mero "receptáculo" ou "incubadora" - demonstrando uma objetificação extrema do corpo feminino. Um total desprezo a sua dignidade feminina”, traz trecho da denúncia.
Com três filhos e laqueada, Nataly não podia ter mais filhos e queria uma menina. Dessa forma, escolheu Emelly para ser sua vítima, já que a menor preenchia ‘todos os requisitos’ desejados pela suspeita.
Segundo o órgão ministerial, a suspeita tinha inveja da capacidade de reprodução de Emelly e pela vítima estar gestando uma menina.
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O CASO
Emelly desapareceu no dia 12 de março de 2025, quando foi atraída pro Nataly até uma casa localizada no Jardim Florianópolis, em Cuiabá, para receber doações.
Conversando com a suspeita através do Whatsapp há cerca de três meses, a jovem foi asfixiada com uma sacola plástica e teve a filha arrancada do útero em uma cesariana clandestina na casa da suspeita.
Depois, a menor foi enterrada em uma cova rasa. A bebê nasceu morta e foi ressuscitada por Nataly através de uma massagem cardíaca. Ela possuía o conhecido, pois chegou a cursar Enfermagem.
Na sequência, Nataly procurou o Hospital Santa Helena e alegou que tinha feito o parto em casa. Mas a equipe médica desconfiou da narrativa e acionou as autoridades.
Com isso, o corpo de Emelly foi encontrado e descobriu-se que a bebê era filha dela e não de Nataly. A mulher foi presa, confessou o crime e disse ter agido sozinha.
Ela está detida no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, na Capital. Além de feminicídio, ela ainda foi denunciada pelos crimes: tentativa de aborto, subtração de recém-nascido para colocação em lar substituto, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual e falsificação de documento.
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