Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,80
euro R$ 6,05
libra R$ 6,05

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,80
euro R$ 6,05
libra R$ 6,05

Justiça Quarta-feira, 02 de Julho de 2014, 18:21 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Quarta-feira, 02 de Julho de 2014, 18h:21 - A | A

CASA DE CÂMBIO

Assaltante que causou tragédia nega ter atirado, mas é contestado

Acusado de ter provocado tragédia diz que não disparou tiros e versão é contestada por soldado, responsável pelos disparos que mataram policial e jovem trabalhadora

MAX AGUIAR


A primeira audiência de instrução para ouvir partes envolvidas no crime da Casa de Câmbio Rápido, ocorrido no dia 24 de fevereiro deste ano, terminou com o principal pivô da história confessando a intenção de roubar a loja e que não atirou nenhuma vez. Já o policial, acusado de ser o autor do duplo assassinato, discordou da alegação dizendo que o assaltante atirou primeiro, e ele só matou o colega de farda porque escorregou.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Foram mais de três horas de audiência. Entre os dez ouvidos, apenas as declarações do soldado Leandro de Almeida Souza, 22, e do mecânico Edilson Pedroso da Silva, 29, eram as mais esperadas. O militar preferiu não ser filmado, mas a imprensa acompanhou ele dizer que atirou praticamente a queima-roupa em Edilson, mas acabou matando dois inocentes.

“Ele chegou na casa e perguntou se ali fazia empréstimos. Com isso eu indiquei que teria que perguntar isso para uma das funcionárias. Ele andou em direção da Karina (Fernandes) e quando virou atirou em mim. Eu atirei também mas acabei acertando só o ombro (do assaltante). Daí eu escorreguei e acertei meu parceiro Danillo”, contou o policial.

No momento do tiroteio, morreram a jovem Karina Fernandes, 19, e o soldado Danilo Cesar, 29. Pedroso conseguiu fugir e mesmo ferido ainda conseguiu assaltar três pessoas, tomar dois carros e uma moto, pedir ajuda de dois adolescentes, se esconder num matagal em Várzea Grande, tomar um táxi até a Rodoviária de Cuiabá e depois ir com um amigo até Acorizal, onde foi localizado dois dias depois na casa do pai.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Para chegar a Casa de Cambio, Pedroso disse que foi induzido por um amigo que o levou de moto até ao estabelecimento e lhe emprestou a arma usada no crime. “Eu to com minha mulher grávida e no tempo do crime eu estava desempregado”, justificou e disse que o amigo, identificado apenas como “Fernando”, o chamou para fazer o assalto.

“Pegamos a moto e eu fui na garupa já com a arma na cintura. Saímos do CPA e fomos para a Avenida Getúlio Vargas. Lá eu entrei na casa e ele (Fernando) ficou na praça (Santos Dumont) me esperando. Entrei para assaltar mas lá dentro eu desisti de fazer isso”, contou.

Pedroso ainda afirmou que estava armado, mas não atirou em nenhum momento. “Eu não atirei. Só sei que senti dois tiros e que estava ferido, por isso sai correndo. Eu não atirei em ninguém. Quem atirou foi só o policial”, disse o réu no crime da casa de câmbio.

A juíza Maria Rosi de Meira Borba, junto com a promotoria, fizeram perguntas sobre os crimes que ele cometeu, após a tentativa de roubo na Casa de Câmbio. Pedroso novamente assumiu tudo. “Eu sai da casa (de Câmbio) correndo e entrei num carro, mas andei só 30 metros e desci porque tinha muito congestionamento. Lá na frente eu peguei outro, um Honda Fit, e com ele eu fui até em Várzea Grande, só que ele começou a esfumaçar. Ai eu desci e peguei uma moto. Eu estava muito ferido e por isso pedi ajuda há dois meninos que me deram roupa nova e eu coloquei papel higiênico no ferimento. Por isso consegui me esconder no mato”, contou.

Quando chegou em sua residência, Pedroso disse que pediu ajuda a um amigo, identificado como Paulinho, que o levou à casa de seu pai. “Eu tava muito assustado, todo lugar que eu olhava o povo só falava de mim. Olhava na TV e minha cara tava lá. Por isso fugi. Mas eu não queria matar ninguém e nem queria causar isso. Estou arrependido porque sei que se eu não tivesse ido, nada disso teria acontecido e duas pessoas inocentes poderiam estar vivas”, concluiu.

Se acaso o Ministério Público acatar as denuncias, Pedroso irá responder por vários crimes, entre eles tentativa de roubo, triplo roubo, corrupção de menores e porte ilegal de arma de uso restrito. Segundo a juíza Maria Rosi, o crime de latrocínio está  descartado. “Tivemos aqui as duas partes dizendo que ninguém roubou nada. Teve pessoas mortas? Teve, mas nada roubado dentro da Casa de Câmbio”, concluiu.

O caso só não vai a Júri Popular porque não houve crimes dolosos contra a vida e sim tentativas e roubos. A situação do soldado Souza, que estava em posse da arma de onde partiu os projéteis que mataram Danilo e Karina, será julgada pela Justiça Militar. Na audiência desta quarta-feira, ele foi arrolado apenas como informante. O PM responde processo em liberdade e cumpre função administrativa no Comando Geral da PM.

Ao fim de todas as audições, a esposa de Pedroso foi chamada até a sala de interrogações e viu o marido pela primeira vez em quatro meses. A cena constrangeu a esposa do soldado, Silvana Alves dos Santos, que disse: “Ele que é o pivô de tudo isso está vivo e abraçando a esposa dele. E pra mim , viúva de um policial morto em uma fatalidade, só resta o choro”, desabafou.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros