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Justiça Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 09:03 - A | A

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Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 09h:03 - A | A

CHACINA DE SINOP

Acusação pede condenação de Edgar por crimes motivados por vingança e brutalidade fora do comum

Promotor rebate tese da defesa e afirma que o réu agiu com crueldade ao atirar contra as vítimas, subjugadas e rendidas

ANDRÉ ALVES E RAYNNA NICOLAS
Da Redação

Teve início o julgamento popular de Edgar Ricardo de Oliveira, autor da chacina que deixou sete mortos em Sinop (480 km de Cuiabá) em fevereiro de 2023. A sessão, que deve se estender até o período da noite, teve início com o depoimento de Raquel Gomes de Almeida, mãe da adolescente Larissa Frazão e viúva de Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, ambos mortos na ocasião.

Além de Raquel, serão ouvidos quatro testemunhas da acusação e três testemunhas de defesa. O interrogatório do réu deve encerrar as oitivas antes da decisão do júri.

18h19 - O promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira rebateu o argumento da defesa de que não houve emprego de cruel, afirmando que houve brutalidade fora do comum e na ausência de humanidade.

"A crueladade está na ausência de humanidade, ele não teve piedade, que estavam ali subjugadas, rendidas, com uma arma que, com um único tiro conseguiu provocar inúmeras lesões nas vítimas", explicou.

O promotor também reafirmou que o crime foi motivado por vingança, devido à derrota em um jogo de bilhar, o que justificaria a qualificadora de motivo torpe.

A acusação também voltou a afirmar que Larissa, de 12 anos, foi morta na rua, a 14 metros do bar, o que não justificaria a defesa alegar que ela não era o alvo do disparo.

17h40 - O defensor terminou sua argumentação pedindo a anulação das testemunhas considerando o fato de que, pela audiência estar sendo transmitida de forma online na internet, as testemunhas ouviram os depoimentos um dos outros, contaminando o rito jurídico.

Em relação à morte da adolescente Larissa Frazão, o defensor Ricardo Bosquesi insistiu na tese de que os tiros tinham outro alvo possível, que era Luiz Carlos. "Ele cometeu um erro na execução; ele tinha um alvo e atingiu outro", explicou.

Bosquesi argumentou que nem sempre quem dispara acerta o alvo, especialmente devido ao fato de que ele havia tomado uma "cervejinha", cheirado pó e "tomado bala".

 17h11 - O defensor público Ricardo Bosquesi reconheceu que, ao reunir as vítimas contra seus parentes, dificultou a defesa, mas enfatizou que, ao Edgar e Ezequias fazerem isso, não houve perigo público.

Bosquesi também questionou a qualificadora de motivo torpe. O acusado afirmou que estava sendo constrangido pelas pessoas do bar e que a denúncia seria por conta do dinheiro. Nenhum dos casos se qualificaria como motivo torpe, mas sim por futilidade, de acordo com o defensor.

16h57 - O defensor público Ricardo Bosquesi afirmou que não há dúvida sobre a materialidade do crime e que o réu Edgar confessou, e que isso faz com que a defesa converja com a acusação.

No entanto, a defesa diverge ao afirmar que basta usar uma arma de calibre 12, que, por si só, seria um meio cruel. "O que nós vimos é que essa arma foi acionada, via de regra, a curta distância", justificou o defensor, explicando que o dano seria menor do que a uma maior distância. "O meio cruel é quando ver o sofrimento alheio é mais importante que o resultado morte", complementou.

"Os tiros foram direcionados às partes vitais, como pulmões, coração e cabeça, o que leva a uma morte mais rápida. Não houve meio cruel", concluiu.

15h26 - Durante o julgamento, Edgar Ricardo de Oliveira, acusado de chacina, defendeu-se alegando que a morte de Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos, foi um acidente. Segundo ele, o alvo real seria Luiz Carlos, um dos sobreviventes que conseguiu fugir do bar onde o crime ocorreu.

No entanto, o promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira refutou essa versão, apontando que Edgar é colecionador de armas, praticante de tiro esportivo e que havia disparado com precisão contra outras cinco vítimas. Ferreira destacou que, dada sua experiência com armas, a alegação de erro se torna ainda mais improvável.

O promotor também se apoiou no laudo pericial para desmentir a tese de acidente. Segundo o exame, a dispersão das esferas do projétil de calibre 12 nas costas da vítima indicava um tiro intencional, disparado diretamente no centro das costas de Larissa, o que torna difícil acreditar que o disparo tenha sido acidental.

14h45 - O promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira, no início do debate no Tribunal do Júri, mencionou que Edgar Ricardo de Oliveira disse que "ninguém morre por nada" e que tinha vergonha de ser taxado como assaltante, e não como assassino.

Ferreira falou aos familiares que eles não deveriam acreditar nessas mentiras, afirmando que, se tivesse mais tempo, Edgar acabaria dizendo que foi abduzido.

"Em vez de demonstrar arrependimento, prefere contar mentiras, mas hoje é o dia da verdade, de ele sair daqui condenado", declarou.

11h44 - De acordo com o escrivão de polícia Tiago Celestino Pereira, que, em 10 anos na divisão de homicídios, investigou mais de 400 assassinatos, Edgar estava calmo e sereno durante a chacina. “Ele estava fumando, dando a entender que estava se deliciando com isso”, afirmou.

Outro ponto que chamou a atenção do escrivão foi a morte da adolescente Larissa, de 12 anos, que foi atingida por um tiro nas costas enquanto tentava fugir, assim como Adriano Balbinote, que tinha dificuldade de locomoção.

O escrivão afirmou ainda que foi Edgar quem atirou em seis das sete vítimas, sendo que Ezequias disparou novos tiros em outras duas vítimas do réu, quando elas já estavam no chão.

11h14 - Não houve provocação, diz sobrevivente

Um dos sobreviventes da chacina de Sinop, Luiz Carlos, sobrinho de Getúlio Rodrigues Frazão, afirmou que, em nenhum momento, houve provocação por parte de Getúlio ou de qualquer outra das vítimas de Edgar e Ezequias, confirmando a tese de que o crime foi premeditado.

De acordo com Luiz, Edgar retornou ao bar depois do almoço e chamou Getúlio para jogar sinuca. Em determinado momento, Edgar soltou o taco na mesa de bilhar, avisou o comparsa Ezequias e foi ao carro buscar a sua arma.

Assim que ouviu o primeiro tiro, Luiz conseguiu fugir do local e se esconder em um terreno baldio. Naquele momento, ele acreditou que tinha sido o único sobrevivente da chacina. Além dele, Raquel Gomes de Almeida, esposa de seu patrão, Getúlio, sobreviveu devido ao fato de as munições dos criminosos terem acabado.

10h08 - Crime foi premeditado e cometido com frieza, diz investigador

De acordo com o investigador da Polícia Civil, Wilson Cândido de Souza, em seus 13 anos de experiência em homicídios, afirmou nunca ter visto tanta frieza na chacina, incluindo pelo fato do réu Edgar estar fumando cigarro enquanto matava as pessoas no bar. Wilson contou que réu Edgar havia jogado com Getúlio na manhã do crime, perdendo cerca de R$ 4 mil. À tarde, ele retornou ao bar com a intenção premeditada de se vingar.

O investigador Wilson relatou que, uma hora após o crime, as identidades dos réus já estavam confirmadas, graças a uma rápida mobilização das forças policiais. As operações foram intensificadas para checar várias denúncias que surgiram após o ataque. Dada a gravidade da situação, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) enviou uma equipe do BOPE para auxiliar nas operações. Durante uma ação da Polícia Militar, Ezequias, um dos envolvidos na chacina, foi atingido e morreu.

Edgar fez duas exigências ao se entregar: solicitou a presença da imprensa e de um advogado. Durante o interrogatório, ele desdenhou das vítimas, referindo-se a elas como "vagabundas" e "farpas do mesmo saco".

09h37 - Sobrevivente da chacina acredita que crime foi motivado por inveja

Raquel Gomes de Almeida, esposa de Getúlio Rodrigues Frazão e mãe de Larissa de Almeida Frazão, sobreviveu à chacina ocorrida em um bar em Sinop, Mato Grosso. Segundo Raquel, o marido era amigo do dono do bar e costumava jogar sinuca apostada. No dia do crime, uma terça-feira de carnaval, Getúlio ganhou cerca de R$ 2 mil em uma partida, o que teria desencadeado a fúria de Edgar Ricardo de Oliveira, um dos réus. Para Raquel, o crime foi motivado mais pela inveja e humilhação do que pelo dinheiro.

Após a vitória de Getúlio, Edgar foi até o carro buscar uma arma, enquanto seu comparsa, Ezequias Sousa Ribeiro, ordenou que as pessoas presentes ficassem contra a parede. Logo em seguida, os dois iniciaram um tiroteio. Raquel descreve que sua filha Larissa, apavorada, tentou fugir, e ela também tentou seguir a filha, mas foi impedida pelos criminosos.

No meio do caos, Edgar exigiu que pegassem a bolsa de Raquel, acreditando que o prêmio da aposta estava ali, mas encontraram apenas celulares, relógios e uma pequena quantia em dinheiro. Raquel sobreviveu porque a arma de um dos atiradores descarregou antes que ele pudesse disparar contra ela.

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