Mesmo sem receber o relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE) e sem ser notificado, o superintendente do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), Edemar Paula da Costa, disse que não concorda com a situação da maneira como está sendo conduzida, ou seja, da direção da Secretaria de Saúde não ter conhecimento sobre a data de vencimento. E que a falta de medicamentos não se deve ao vencimento, mas sim porque o Estado está há seis meses sem comprar os produtos.
“Tanto a Secretaria de Estado de Saúde como a Secretaria de Fazenda têm acesso ao sistema informatizado para saber medicamento que vai vencer hoje, amanhã ou daqui a 180 dias, podendo acessar de qualquer lugar. Desde setembro de 2011 o Estado vem sendo informado dos medicamentos por vencer”, afirma Edemar.
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“Já nos condenaram antes de ter o relatório de auditoria, para que auditoria? Se já condenaram, agora queremos que seja apurado até o final, quero ver onde errou e quem errou”.
O Instituto também trabalha com auditoria externa dos serviços que oferece para população e, portanto não concorda com tudo o que foi levantado pelo Estado. Mas não culpa ninguém pelo ocorrido, explicou que o prejuízo é um risco de negócio para quem trabalha com produtos perecíveis.
“A lei permite a perda de 3%. O contrato do Ipas com o Estado permite uma perda de 2%. E o instituto hoje pratica 0,43%”, argumenta.
MINISTÉRIO
Quanto ao lote de medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde acima da quantidade necessária, ele acredita que o próprio Ministério comprou mal e jogou a responsabilidade para o Estado.
Edemar entende que o que não poderia era esses mil pacientes de HIV ficarem sem medicamentos. Ou seja, entre perdas de vida e capital, preservou-se a vida. Às vezes só tem aquele medicamento ou leva ou fica sem. Para não deixar o paciente sem remédio, aceita o que o Ministério tem.
Segundo o superintendente existe uma Portaria Inteligente da secretaria, onde se preserva a vida. “O Ipas respeitou a Portaria e agora dizem que ela não vale. Não interessa as pessoas que estão assumindo, tem que dar continuidade ao trabalho”, pontuou. A Portaria foi assinada antes do secretário assumir a Pasta.
Para Edemar, pode ter acontecido erro sim, mas é questão de transparência para o instituto que atua a 56 anos no mercado apurar para ver de onde partiu o erro e levar esclarecimento público a sociedade.
Não pode sair com a idoneidade manchada por informações que não são verdadeiras. Disse que não houve falta de medicamentos para população por causa de estarem vencidos, mas porque o Estado há seis meses não compra medicamentos.
GOVERNO
A assessoria da AGE informa que a Comissão Processante publicada no dia 7 de agosto, tem 10 dias a contar da publicação no Diário Oficial do Estado nessa data para notificar o Ipas, segundo a Portaria 93/2013, que instaurou a comissão. A comissão tem 60 dias para concluir o trabalho e pode ser prorrogada.
(Atualizada às 9h25)