"A promessa nossa era que depois de reformar os tributos sobre consumo, concluído com todas as honras ali no final do ano passado, deve ser sancionada a lei complementar na semana que vem pelo Presidente da República, talvez das mais importantes reformas já feitas no Brasil. Eu acredito que, ato contínuo, a gente tenha que abrir a discussão sobre a reforma da renda no Congresso", disse.
O governo chegou a anunciar a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês junto das medidas de contenção de gastos, o que provocou uma crise com a escalada do dólar. O ministro ponderou que essa proposta tem "muito apego", porque é preciso promover mais justiça tributária, mas quem não paga imposto não quer mudar de situação.
"Eu acredito que nós vamos encontrar um equilíbrio entre quem não paga e tem muita renda e quem tem baixa renda ou média renda e está pagando. Se nós encontrarmos esse equilíbrio, levando em consideração justiça e neutralidade, não vamos fazer disso uma alavanca para aumentar a arrecadação, e sim melhorar uma das principais chagas da história do Brasil, que é figurar até hoje entre os dez países mais desiguais do mundo", disse.
Para que a proposta possa valer a partir de 2026, o texto precisa ser aprovado neste ano no Congresso. "O tempo está a nosso favor, porque a agenda legislativa vai ser menos atravancada do que nos dois anos anteriores. Tem menos coisa para aprovar durante esse ano e eu acredito que o Congresso vai dar uma certa prioridade e vai abrir um debate com a sociedade. O mais importante de tudo é que nós abrimos os dados para a sociedade, a sociedade entender por que nós somos tão desiguais. E chegar a um bom termo, uma coisa justa, que não prejudique o investimento, não prejudique quem paga imposto e dê um alívio para quem hoje está sentindo na pele o efeito da má distribuição de renda no Brasil", disse.
(Com Agência Estado)
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