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Cidades Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025, 16:16 - A | A

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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025, 16h:16 - A | A

DEMARCAÇÃO NA JUSTIÇA

Funai divulga imagens inéditas de povos isolados em Mato Grosso

Missão de monitoramento revela, necessidade de demarcação, pressão no território e risco de doenças para os povos isolados

JOLISMAR BRUNO
DA REDAÇÃO

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) captou imagens inéditas de povos isolados na Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, na região de Colniza (1.054 km de Cuiabá), na divisia com estado do Amazonas. Também foram capturadas imagens de povos em Rondônia.

Segundo o órgão, a divulgação dos registros busca reforçar a necessidade de proteção territorial contra ameaças à sobrevivência indígena. O monitoramento é feito a partir de expedições, sobrevoos e presença permanente, em parceria com outros órgãos ambientais e de segurança pública, por via terrestre e aérea, por meio das Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes).

As Bapes são estruturas físicas permanentes localizadas em pontos estratégicos dos territórios, visando a proteção ambiental, física e social dos povos indígenas isolados e de recente contato. As imagens foram feitas durante expedições de monitoramento no início de 2024, mas só foram divulgadas na quarta-feira (8).

Terra Indígena Kawahiva

A Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo tem uma área de 411.844 hectares e está localizada no município de Colniza, em Mato Grosso. O território já teve os limites territoriais declarados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a partir dos estudos de identificação e delimitação feitos pela Funai. No momento, o processo de demarcação encontra-se judicializado.

Com oito dias de atividades, a equipe de monitoramento confirmou a ocupação dos isolados na região e os deslocamentos que realizaram. “Também encontramos sinais de invasão e uma pressão muito forte no entorno do território, evidenciando que a demarcação física da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo é mais do que uma urgência”, alertou o sertanista Jair Candor.

Essa constatação se deu logo nos dois primeiros dias de expedição, momento em que os agentes localizaram um ponto de acampamento não indígena – possivelmente de garimpeiros ou copaibeiros – para duas pessoas. Segundo os agentes da Funai, o acampamento foi encontrado em uma área onde a equipe havia registrado forte ocupação de isolados em expedições anteriores, reforçando a suspeita de que os indígenas se mudaram para outra área da TI.

Durante a missão, foram encontrados sinais claros de presença indígena, como pegadas, vestígios de coleta de mel e utensílios. A equipe também confirmou a presença de crianças e que o grupo indígena segue em boas condições, com evidências de reprodução e formação de novos núcleos familiares, indicando crescimento demográfico.

Antes de encerrar a expedição, os agentes da Funai deixaram ferramentas, como machados e facões, em pontos estratégicos e instalaram câmeras com sensores de movimento para monitorar os indígenas sem interferir na rotina.

Jair Candor explica que, como os indígenas isolados que vivem na TI estão em uma área de muita pressão grileira e madeireira, eles já tiveram contato com esse tipo de ferramenta no passado, o que facilita nas atividades cotidianas.

Com o desgaste das ferramentas deles, há o risco de que eles tentem buscar outros utensílios nas fazendas do entorno. Essa tentativa, no entanto, os coloca em grave risco, seja por violência em possível contato com os “brancos” ou pelo contágio de doenças.

"O risco de morte se deve ao fato de os povos isolados terem uma vulnerabilidade imunológica diferente dos outros povos que já têm contato com a sociedade. Ao primeiro contato, uma gripe pode matar um povo inteiro, por exemplo", frisa a Funai.

O que são povos isolados e de recente contato?

A denominação "povos indígenas isolados" se refere especificamente a grupos indígenas com ausência de relações permanentes com a sociedade ou raramente de interação, seja com não indígenas ou com outros povos indígenas já contatados.

"Esse ato de vontade de isolamento se relaciona com experiências traumáticas de violência colonial vivenciadas no passado, o que os leva a optar por um estado de autossuficiência social e econômica, quando a situação os leva a suprir de forma autônoma suas necessidades sociais, materiais ou simbólicas, evitando relações sociais que poderiam desencadear tensões ou conflitos interétnicos", pontua a Funai.

Já os indígenas de "recente contato" são aqueles que mantêm relações de contato permanente e/ou intermitente com segmentos da sociedade nacional e que, independentemente do tempo de contato, apresentam singularidades e seletividade (autonomia) na incorporação de bens e serviços.

"São, portanto, grupos que mantêm fortalecidas as suas formas de organização social e suas dinâmicas coletivas próprias e que definem sua relação com o Estado e a sociedade nacional com alto grau de autonomia", diz a Funai.

Atualmente, a Funai reconhece a presença de 114 registros de povos indígenas isolados no Brasil — a maioria na Amazônia, dos quais 28 estão confirmados. Além disso, são 22 os povos considerados como de recente contato.

Com informações de Correio Braziliense.

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