Cerca de dez mil vozes cantaram o som da preservação ambiental no último sábado (25). Embalado pelas vozes de Oswaldo Montenegro, Tetê Espindola e Ana Rafaela, o Águas do Cerrado superou as expectativas dos seus idealizadores.
Assessoria
Realizado pela Associação Casa de Guimarães, Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Assembleia Legislativa de Mato Grosso e parceiros, o evento em Chapada dos Guimarães teve como objetivo mostrar que por meio da arte e cultura é possível conscientizar, refletir e chamar a atenção para questões importantes como a preservação do Cerrado, que sofre com a perda de sua fauna e flora, devido às queimadas.
O evento foi marcante para toda a população chapadense e para aqueles que subiram a serra neste sábado. A cantora Tetê Espíndola soltou sua voz aguda no palco do Águas do Cerrado, em um show intitulado "Craviolando".
Tetê é cidadã chapadense e foi uma das primeiras a cantar Chapada. "Nós temos uma natureza linda que precisa ser preservada, que é o nosso Cerrado. Eu estou aqui para representar essa causa", exclamou Tetê em meio aos ventos que embalavam Chapada dos Guimarães.
O cantor e compositor Oswaldo Montenegro fez bonito no Águas de Março, levando sua turnê "Trilhas". O nome foi inspirado em sua carreira, pois jamais saiu da estrada, emendando uma turnê na outra e sempre variando o show. Por mais incrível que pareça não houve, nas últimas décadas, notícias de férias.
"O artista tem essa coisa de entrar em uma nova turnê, mas eu não! Entrei aos 19 anos, já estou com 60 e não parei ainda. Não gosto de férias. Gosto da estrada, gosto muito é de tocar", explica Montenegro ao falar sobre sua paixão pela música.
Oswaldo Montenegro e sua banda fizeram passeios por canções consagradas, feitas para cinema, balé, teatro e tv, como por exemplo "Lua e Flor", da peça “Brincando em Cima Daquilo”, gravada pela primeira vez por Marília Pera.
Ao falar sobre se apresentar novamente em Chapada dos Guimarães, o músico afirma que o lugar o remete à lembranças de quando começou sua carreira. "Eu gosto de tocar aqui, é um lugar muito agradável. Esse tipo de show, ao ar livre, me lembra o interior de Minas, onde comecei. Época em que as serenatas eram obrigatórias nas praças. Sempre que me ocorre isso sinto uma sensação de bem-estar", conta Montenegro.
A mato-grossense Ana Rafaela, que encantou o Brasil com sua voz, ao participar do reality show The Voice, estreou o palco do Águas de Março, com canções da MPB e Pop, além de músicas próprias. O renomado fotógrafo Rai Reis também se fez presente nas ruas da cidade. Fotos do cerrado e poesias de escritores cuiabanos compuseram o "lambe-lambe" de Rai, na exposição "Arte na Rua".
A intervenção urbana é o primeiro trabalho nesse formato do fotógrafo, em 30 anos de carreira. "Sempre quis usar a foto como arte de rua e disponibilizar para o cidadão", enfatiza Rai.
O Águas do Cerrado é uma continuação do projeto de conscientização Águas de Março, lançado pela Associação Casa de Guimarães, no primeiro trimestre deste ano, e que no mês de outubro terá mais uma edição.
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