Muitos homens públicos (para dizer a verdade, a grande maioria deles) acreditam que seu currículo de iniciativas e realizações deve estar recheado de obras físicas, como pontes, estradas, prédios e viadutos. Daí a concorrência em inauguração de obras, para descerrar placas e tirar fotografias. Obras estas, é claro, feitas com o dinheiro da população, que em última instância é quem paga todas as contas.
Não vou aqui, obviamente, questionar o valor de um prédio escolar, de um posto de saúde ou mesmo de uma rua asfaltada. Tudo isso é muito importante para o desenvolvimento de setores essenciais como o da educação e saúde, por exemplo.
Porém, há iniciativas muito mais baratas, cujos benefícios não são tão visíveis quanto um prédio público, não dá para mensurar em metros quadrados, mas são primordiais para a melhoria da qualidade de vida de uma faixa da população que, por ser minoria, não tem voz ativa nas urnas e, portanto, não tem voz ativa nos gabinetes e palácios – que são os portadores de necessidades especiais.
De minha parte, tenho grande orgulho de, no ano de 2004, em meu primeiro mandato como vereador, ter ajudado a plantar em Cuiabá a semente da equoterapia, destinando R$ 150 mil de uma emenda parlamentar para o projeto que se desenvolvia no Centro Hípico do Parque de Exposições Jonas Pinheiro.
Foi o necessário para que o poder público passasse a abraçar o projeto que até hoje gera grandes frutos, tocado pela Prefeitura de Cuiabá e pelo Governo do Estado.
Mais de 100 crianças e adultos portadores de necessidades especiais já foram beneficiados. A equoterapia contribui para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio através do uso de cavalos.
Nossa luta, a partir de agora, é para que o projeto seja ampliado, com um orçamento maior, de modo a beneficiar portadores de necessidades especiais de todas as regiões de Cuiabá.
Como informa o site da Associação Nacional de Equoterapia (Ande), a simples atividade de cavalgar exige a participação do corpo inteiro. E “a interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final, desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima” de crianças, jovens e adultos.
Ajuda-os, portanto, a se integrar à sociedade e a, progressivamente, alcançar a cidadania e a se beneficiar de outros direitos e ir além do ambiente familiar. Trata-se de um projeto simples, barato e que necessariamente deve ser ampliado, não só para beneficiar os portadores de necessidades especiais, mas toda a sociedade.
Uma sociedade que não cuida de suas minorias, de seus cidadãos mais vulneráveis, pode até ter obras e prédios públicos monumentais, mas não será uma sociedade digna desse nome e nem desses novos tempos.
*MARCUS FABRÍCIO é vereador de Cuiabá (MT) pelo PTB.
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