É comum nos sentirmos sozinhos em um dado momento da vida, contudo em algumas pessoas esse sentimento é rotineiro e a solidão se torna crônica. O ser humano é naturalmente voltado a estabelecer relacionamentos e fazer os mais variados tipos de conexões ao longo da vida, e quando esse vínculo é quebrado começam a surgir os efeitos na saúde física e mental.
Estudos internacionais evidenciam que a solidão crônica e o isolamento social estão associados a maior incidência de doenças e risco de morte prematura.
Conforme pesquisa divulgada pela Universidade Newcastle, no Reino Unido, a solidão está relacionada ao aumento de quase um terço do risco de sofrer doenças cardiovasculares e derrames cerebrais.
Os solitários têm mais chance de desenvolver depressão, ansiedade e se sentir mais infelizes. Além de ter um sono sem qualidade. Outro reflexo negativo das pessoas que se sentem isoladas é adotar comportamentos prejudiciais à saúde, como fumar, comer excessivamente ou não praticar atividades físicas. Fatores que favorecem o surgimento de problemas cardíacos, em geral.
Cientistas das universidades da Califórnia e de Chicago também identificaram que a solidão pode diminuir a resistência do sistema imunológico.
Como evoluímos para viver em grupos, o isolamento por período prolongado pode levar à sensação inconsciente de constante ameaça, esse estado de alerta contínuo aumenta as inflamações no corpo e reduz a capacidade de combater vírus e bactérias, causadores das infecções.
A solidão e o isolamento social elevam em 30% o risco de morte prematura, de acordo com estudo da Universidade Brigham Young (EUA), publicado na revista da Association for Psychological Science.
O resultado aponta que adultos de meia-idade têm mais possibilidade de morrer quando sofrem de solidão crônica ou vivem sozinhos do que adultos idosos com características semelhantes.
As descobertas demonstram o quanto o contato social é fundamental para nos mantermos saudáveis física e psicologicamente. Ter por perto família, amigos e colegas de trabalho ajuda na interação, troca de experiências e na manutenção do bem-estar.
Manter uma vida social ativa também favorece a liberação da serotonina, hormônio relacionado à satisfação, que propicia sentimentos de prazer e bem-estar.
Embora estejamos cada dia mais conectados por meio das redes sociais, que encurtam distâncias, ter convívio mais próximo e relacionamentos duradouros são formas de “tratamento” do fenômeno solidão que tem atingido pessoas de todas as idades, em todo o planeta.
É preciso combater a solidão e o isolamento para que deixem de ceifar a saúde, a felicidade e a vida daqueles que se sentem sozinhos.
(*) AMANDA ALMEIDA é especializada em Psicanálise Clínica e atende no Hospital São Mateus em Cuiabá.
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