Foi designado o dia 27 de janeiro, pela ONU, como o “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto”. A data se presta a não esquecer o genocídio de mais de seis milhões de judeus pelos nazistas e seus colaboradores.
O Holocausto foi um dos maiores crimes contra a humanidade, e que marcou a memória de toda a sociedade. Infelizmente, ainda é preciso massificar a educação contra a discriminação, como forma de semear dias melhores.
Dentre as memórias da citada época, Anne Frank foi primordial para o conhecimento a fundo do genocídio vivido na Alemanha. Judia, e nascida em 12 de junho de 1929, em Frankfurt, ela escreveu um diário que posteriormente se tornou uma das obras mais lidas e traduzidas do mundo. Como Hitler odiava judeus e os culpava dos problemas no país, Anne e seus familiares se mudaram para Amsterdã.
Anne contava com apenas 10 anos no início da Segunda Guerra Mundial, e a consequente invasão da Alemanha à Polônia, em 1 de setembro de 1939. Após alguns meses, em 10 de maio de 1940, houve a invasão nazista à Holanda. Lugares se tornaram proibidos para os judeus, com o cerco se fechando gradativamente. Os pais de Anne perderam e possibilidade de trabalhar, e as crianças passaram a frequentar escola judaica separada.
Em 1942 o pai de Anne encontrou na sua antiga empresa uma possibilidade de esconderijo para a família. Se cuidava de um espaço bastante apertado, e eles deveriam permanecer em silêncio, face ao temor em serem descobertos. Anne recebeu um diário de presente, onde passou a narrar a vida no “Anexo Secreto” com histórias curtas e suas vivências por lá. Em 1944, Anne e sua família são descobertos, juntamente com outras pessoas que os ajudavam. Apesar do descobrimento do esconderijo, o diário de Anne é preservado e mantido com ela, que é deportada para Auschwitz. O comboio demorou três dias, com muitas pessoas transportadas como se gado fossem. Das pessoas que viajaram com ela, aproximadamente 350 ao chegarem foram mortas em câmaras de gás. Anne foi encaminhada para um campo de trabalho de mulheres com a irmã e a mãe, e o pai para um local para homens.
Em novembro de 1944 Anne e a irmã são levadas para o campo de Bergen-Belsen, e o pai e mãe permanecem em Auschwitz. A “mudança” de Anne e a irmã foi para um local onde viviam em condição de miserabilidade, sem comida e com muito frio. Assim elas adquiriram febre tifoide e morreram em consequência da doença. De toda a família, apenas Otto, o pai da Anne, sobreviveu à guerra. Assim, ele encontra o diário da filha, e, com o convencimento dos amigos, faz a publicação. Na atualidade, após a adaptação para o teatro e o cinema, e a tradução para mais de 70 idiomas dos escritos de Anne, vítima do Holocausto, o local do esconderijo secreto da família se tornou um museu aberto à visitação.
A Segunda Guerra Mundial, com o antissemitismo propagando o ódio e o preconceito aos judeus, é um convite para as reflexões atuais. Naquela época foram mortos dois entre três judeus por maus-tratos, fuzilamento, uso de câmaras de gás em campos de extermínio projetados para tal.
Por aqui, em terras brasileiras, a violência tem feito vítimas, onde alguns grupos vivem em verdadeiros apagamentos históricos alimentados por preconceitos, tal como: racismo, misoginia, homofobia, cultura do estupro, capacitismo, gordofobia, xenofobia, e por aí afora. A diferença são as prisões: enquanto umas são fechadas, outras possuem as portas e janelas abertas...
Anne Frank deixou um legado de vida. É dela a frase: “O que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer.”
(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual, mestra em Sociologia pela UFMT, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT -, membra da Academia Mato-Grossense de Direito – AMD - na Cadeira nº 29.
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