Água é mistério, é força, cura, equilíbrio e renovação. No Candomblé, chamamos a água de Omi, a “água sagrada”, pois nela residem os mistérios mais profundos da vida e da espiritualidade.
A água é sagrada. É através dela que nos purificamos e fortalecemos nosso Ori, que lavamos o corpo e a alma. É na água que a vida nasce e se transforma. Ela é a essência de Oxum, Iemanjá, Nanã, das águas doces e salgadas que nos sustentam e nos guiam.
Na língua iorubá, a palavra omi significa “água”. E para as religiões afro-brasileiras como o Candomblé e a Umbanda, a água não é só um elemento físico, mas algo sagrado e cheio de significados!
Omi-tutù quer dizer “água fresca”. Nos rituais, ela é usada para acalmar e purificar as energias, abrindo caminhos e trazendo tranquilidade. Sabe aquela água oferecida logo no início dos trabalhos espirituais? É o omi-tutù, convidando paz e equilíbrio ao ambiente.
Já omi erò significa “água que acalma” (conhecida também como omieró). É a água preparada com folhas sagradas, o famoso banho de ervas, chamado amaci no Candomblé. Esse banho, que é um ritual, limpa o corpo e a aura, renovando o axé (energia divina) e deixando a pessoa mais centrada.
Além disso, a água (omi) é oferenda fundamental aos Orixás. Orixás das águas, como Oxum (rios, cachoeiras) e Iemanjá (mar), recebem águas frescas em suas cerimônias, simbolizando respeito e conexão com a natureza. Não é à toa que se diz: “Sem água, sem folha, sem Orixá” – sem a natureza preservada, a espiritualidade perde a base.
Mas será que estamos cuidando da nossa água?
A cada dia, vemos rios secando, mares poluídos, fontes contaminadas. O que deveria ser fonte de vida está sendo destruído pela falta de consciência. Se não cuidarmos, o que será do futuro? Como seguiremos sem Omi para renovar nossas forças?
Cuidar da água é respeitar o sagrado.
É preservar o que nos foi dado pela natureza e pelos Orixás. É entender que a água que purifica também pode faltar, se não a protegermos.
Hoje, no Dia Mundial da Água, reflita:
O que você tem feito para preservar as águas?
Como podemos honrar Omi em nosso dia a dia?
Pequenos gestos podem salvar um rio.
Respeite as águas. Respeite a vida. Sem água, não há ASÉ!
(*) JUPIRANY DE ODÉ é Bàbàloriṣá do Asé Alaketo Ilè Iforiti, Pai de Santo da Tenda Espírita Caboclo Sete Flexas e presidente de Honra da Associação Casa de Oxóssi.
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