O secretário de Governo de Várzea Grande, Benedito "Dito" Lucas, se mostrou comprometido em estreitar os laços com a Câmara Municipal. Em entrevista nesta semana, o gestor, já conhecido pela personalidade conciliadora, revelou que a gestão está aberta ao diálogo e pronta para resolver quaisquer desencontros que tenham ocorrido entre o Executivo e o Legislativo.
"Estamos com o coração aberto, querendo conversar. Não nos negamos a isso. Esta semana, vamos voltar a procurar individualmente cada um dos vereadores, com o objetivo de criar um entendimento e, principalmente, a harmonia necessária para o bem da cidade", afirmou o secretário, enfatizando a importância da colaboração mútua entre os poderes.
Lucas refletiu sobre o número de conversações que ocorreram até o momento, brincando sobre a quantidade de reuniões. "Já estou rouco de tanto ouvir", comentou.
Ele também comentou os pontos de desgaste na gestão com pouco mais de um mês. Uma queda de braço que supostamente teria começado pela indicação de secretários e culminou com uma malfadada tentativa de “derrubar” o presidente da Casa, ainda da eleição da Mesa, Wanderley Cerqueira (MDB). Houve trocas de provocações públicas entre os líderes dos Poderes Executivo e Legislativo, inclusive em pautas essenciais para o município, como a discussão do regime de administração do Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG).
O secretário ressaltou que, embora tenha havido divergências de opinião entre os grupos políticos, a prioridade deve ser sempre o trabalho conjunto em benefício da população. "Se houve algum tipo de desencontro de conversas, queremos deixar isso para trás e seguir em frente. Várzea Grande precisa de trabalho não só do Executivo, mas também do Legislativo", destacou.
Para Lucas, o entendimento e a união entre os poderes são fundamentais para que o município avance em suas pautas. "Tenho certeza de que os vereadores estão com vontade de fazer esse entendimento, para que possamos avançar nas questões que realmente importam para Várzea Grande", concluiu.
PROBLEMAS NO NINHO
O movimento de diálogo é uma tentativa de garantir a governabilidade da prefeita Flávia Moretti (PL), e a complexidade da missão reside na constatação do próprio Dito Lucas de que o grupo liderado por Flávia Moretti (PL) foi eleito com apenas três vereadores, sendo os companheiros de partido da prefeita Bruno Rios, Caio Cordeiro e Lucas Chapéu do Sol.
"Parece um pouco tarde, mas a gente tem que entender que o grupo que a Flávia Moretti elegeu tem apenas três vereadores, e o grupo majoritário da Câmara apoiava outro grupo, outro projeto", comentou Dito Lucas.
Neste cenário, Bruno Rios, que é o primeiro-secretário da Casa, votou contra a orientação da prefeita no projeto que alterava a concessão direta do Aterro Sanitário pelo Executivo, sem necessitar do aval dos vereadores. Ele ainda reclamou da demora na sanção da prefeita à Lei que realizou uma reforma administrativa interna na Câmara e ameaçou adotar alguma medida para reverter o Decreto que retirou a cessão do antigo Fórum para o Legislativo Municipal.
Enquanto isso, Caio Cordeiro anunciou recentemente que irá propor a CPI do DAE.
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