O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou que o relatório final da CPI das Invasões comprova a presença do crime organizado em áreas invadidas em Mato Grosso. Avallone disse que todos os nomes mencionados serão investigados. A documentação deixada com o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), indica os próximos passos do Ministério Público. A CPI foi instalada a partir da Câmara Setorial Temática (CST) da Invasão Zero, após a morte de João Antônio Pinto, de 87 anos, em sua propriedade no Contorno Leste, em Cuiabá.
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"Não há dúvida de que há crime organizado por trás, orquestrações por trás, isso está muito claro, e os caminhos para que isso seja investigado, vamos dar todos os rumos para isso", disse Avallone nesta quarta-feira (5).
João Antônio Pinto foi assassinado em fevereiro de 2024 pelo investigador da Polícia Civil, Jeovânio Vidal Griebel, que segue afastado. O deputado lembrou que, um dia antes do crime, a comitiva da Câmara Setorial foi até o Contorno Leste para coletar informações sobre a invasão. A propriedade do idoso está na área de interesse dos assentados, e ele havia recebido ameaças. A morte fomentou o aprofundamento das investigações.
"Foi uma CPI muito importante, tivemos um quadro de invasões no estado e na Baixada Cuiabana. Quando começamos, havia um quadro muito terrível: a pessoa que nos recebeu no setor Leste foi assassinada no dia seguinte. Nós conseguimos construir e dar muitos rumos. É um relatório que vai ajudar bastante na orientação do Ministério Público para ter um caminho nas investigações", falou Avallone.
A morte do idoso transformou o Contorno Leste em um símbolo de resistência dos movimentos por moradia. O governo pressionou e houve a desocupação de uma parte do assentamento. À época, o deputado Valdir Barranco (PT) articulou o envio de recursos do governo federal para a construção de casas populares. Mas o diálogo não avançou, pois estava em uma região de grande especulação imobiliária, e pelo programa "Minha Casa, Minha Vida" seguir regras para contemplar as famílias por ordem de inscrição; ou seja, os imóveis até poderiam ser construídos, mas as famílias desabrigadas não tinham a garantia de que receberiam as chaves.
Durante a discussão do projeto de lei de Barranco, outra polêmica começou a circular nos bastidores, ventilando deputados como "cabeças" das áreas invadidas. Carlos Avallone negou. Conforme ele, o relatório final não comprova a participação de deputados no esquema.
"Não, não tem nada disso. O que existe são movimentos. O que se sabe é que há deputados que têm ideologia, que trabalham com pessoas de invasões, e eles foram lá dar assistência. Tem outros que não concordam com esse apoio. Mas é sempre no grupo de apoio, não é algo que ficou comprovado. Mas temos as indicações de tudo o que ocorreu em invasões que tiveram polêmicas grandes, prisões de pessoas da área pública, isso tudo está colocado para que haja uma investigação, dando suporte às áreas invadidas", concluiu.
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