O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) criticou a fala do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) sobre os "perdedores" do primeiro turno das eleições a prefeito de Cuiabá estarem apoiando Lúdio Cabral. Segundo Júlio, Pivetta enfraquece o grupo político, alimentando um possível racha em 2026. Ele classificou a declaração de Otaviano em vídeo nas redes sociais como "sem sentido" e "desagradável".
O climão se deve ao fato de Pivetta ter feito parte das articulações que assegurou a projeção do médico, Dr. Marcelo Sandrin (Republicanos), a vice na chapa do presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho (União Brasil). O Republicanos rivalizou o espaço no palanque de Botelho com o PP, PSB e demais siglas do arco de alianças. Júlio Campos também destacou que o vice-governador atuou na campanha pela reeleição do prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), que perdeu para a advogada Flávia Moretti (PL).
"O Pivetta fez uma declaração sem muito sentido, sem nexo e até desagradável, desagregadora politicamente", rechaçou Júlio Campos nesta quarta-feira (23) na AL.
"O seu partido, o Republicanos, fez parte da coligação derrotada que não só apoiou Botelho, como indicou o vice, Dr. Marcelo Sandrin, e em Várzea Grande participou ativamente da campanha de Kalil Baracat. Agora, se ele não estava satisfeito com o comportamento do seu partido, torcendo pelos nossos adversários, o problema é dele. Acredito que o Botelho já falou pelos perdedores", emendou Júlio.
A provocação de Otaviano Pivetta é uma alfinetada direta ao senador Jayme Campos (União Brasil), com quem disputa nos bastidores o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil) ao Paiaguás nas eleições de 2026. Mendes assevera que Pivetta é o seu candidato. Jayme, por sua vez, garante que não irá recuar da candidatura. O cenário é semelhante à disputa interna protaganizada por Botelho e o secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia (União Brasil), que acabou preterido por Mauro como cabeça-de-chapa.
Júlio acentuou que a torcida contrária de Pivetta vai refletir nas futuras articulações, podendo gerar uma divisão no grupo de Mendes.
"Acho que esse tipo de declaração não ajuda em nada o processo de reagrupamento desse grupo que foi vitorioso há dois anos atrás para o governo do Estado, Senado, Câmara e a Assembleia. Foi muito infeliz, deve estar arrependido", finalizou o deputado.
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