O delegado Geordan Fontenelle, de 34 anos, que foi preso junto ao investigador da Polícia Civil, Marcos Paulo Angeli, nesta quarta-feira (17), na Operação Diaphthora, em Peixoto de Azevedo (673 km de Cuiabá), já foi candidato a vereador pelo Podemos no município de Redenção (PA), nas eleições municipais de 2020, como "O Delegado do Povo" em seu slogan. Os dois agentes públicos são investigados por corrupção passiva, associação criminosa e advocacia administrativa. As apurações demonstraram que eles, junto com advogados e garimpeiros da região, integravam um verdadeiro ‘gabinete do crime’. O delegado também ostentava uma vida de luxo no Instagram, com viagens para destinos exuberantes do mundo.
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Ele obteve 552 votos, o equivalente a 1,20% dos válidos e não foi eleito. Dentre propostas eleitorais, estava o perdão de multas aplicadas aos comerciantes durante a pandemia e casa abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica.
A autoridade policial também atuou como delegado no Pará, foi professor de Direito Penal e Processual Penal, escrivão da Polícia Civil no Distrito Federal e ex-agente da Polícia Civil em Goiás.
Em Mato Grosso, ele foi nomeado em 2021 e ainda está em estágio probatório, que tem duração de três anos a partir da posse e termina em novembro deste ano. Fontenelle tem remuneração mensal de R$ 35,4 mil. Já Angeli recebe R$ 25 mil de salário e está na corporação há 22 anos, desde 2002.
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OPERAÇÃO
As investigações iniciaram após denúncias recebidas no Núcleo de Inteligência da Corregedoria Geral, que apontavam o envolvimento de policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação e uma associação criminosa no município. Na casa de um dos alvos, envolvidos em garimpo, a Polícia Civil encontrou R$ 12 mil em espécie.
A apuração demonstrou que Geordan era o mentor e articulador das práticas criminosas, junto com o investigador. Os dois também solicitavam o pagamento de vantagens indevidas para liberar bens apreendidos, exigiam pagamento de “diárias” para hospedar presos na delegacia e, ainda, queriam pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial do município.
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