Em discurso, Lula disse que seu governo está construindo um Estado "sensível" às necessidades das pessoas mais vulneráveis sem abdicar de "fundamentos econômicos sadios".
"A falsa oposição entre Estado e mercado foi abandonada pelas nações desenvolvidas, que voltaram a praticar políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica", declarou Lula. "As condições para acesso a recursos financeiros seguem proibitivas para a maioria dos países de renda média e baixa.O fardo da dívida limita o espaço fiscal para investir em saúde e educação, reduzir as desigualdades e enfrentar a mudança do clima", afirmou.
Esse cenário, segundo ele, é um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos. Lula fez uma referência ao pacote dos Estados para a reconstrução de países aliados na Europa após a destruição causada pela Segunda Guerra Mundial.
"Sem maior participação dos países em desenvolvimento na direção do FMI e do Banco Mundial não haverá mudança efetiva", defendeu Lula.
"A fortuna dos cinco principais bilionários mais que dobrou desde o início desta década, ao passo que 60% da humanidade ficou mais pobre. Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora. Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido na cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global", emendou.
O presidente também criticou o que chamou de "consolidação de assimetrias" na área de inteligência artificial, que leva, segundo ele, a um "oligopólio do saber". O petista disse que a concentração de recursos em um pequeno número de pessoas e empresas avança.
(Com Agência Estado)
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