"Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziadas e paralisadas. É hora de reagir com vigor a essa situação, restituindo à organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal. Não bastam ajustes pontuais. Precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta", disse o petista.
Ele defendeu transformar o Conselho Econômico e Social no principal espaço para discussões sobre desenvolvimento sustentável; reforçar o papel da Assembleia Geral, inclusive em debates sobre paz e segurança internacional; fortalecer a Comissão de Consolidação da Paz; e reformar o Conselho de Segurança - colegiado em Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França têm poder de, individualmente, vetar os principais movimentos da comunidade internacional.
"A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial", disse Lula. A reforma do Conselho de Segurança é um pleito antigo do Brasil. Lula também criticou a falta de equilíbrio de gênero na governança global. "O cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher", disse o petista.
O petista declarou que não tem ilusões sobre o quão complexa seria uma reforma dessa monta na Organização das Nações Unidas. "Exigirá enorme esforço de negociação. Mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global", disse Lula.
(Com Agência Estado)
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