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Justiça Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024, 10:25 - A | A

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Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024, 10h:25 - A | A

PREJUÍZO DE R$ 4,9 MI

Justiça mantém prisão da “musa” dos investimentos por pirâmide financeira

Juiz destacou que algumas vítimas podem ter perdido economia de uma vida inteira ao acreditar nas promessas de Taiz

ANDRÉ ALVES
Redação

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve, nesta terça-feira (10), a prisão preventiva de Taiza Tosatt Eleotério da Silva Ratola, acusada de envolvimento em um esquema de pirâmide financeira. A defesa havia solicitado a revogação da medida, alegando que as acusações não se referem a fatos recentes e que os crimes não seriam graves.

No entanto, o juiz considerou que novos elementos apresentados pelo Ministério Público, incluindo vídeos e áudios, indicam que Taiza, apesar de não estar foragida, continuou a atuar no esquema criminoso através do canal de redes sociais "@DAYTRADEASSERTIVO", ao lado de seu atual marido, Wander Aguilera Almeida. A ré, de acordo com as investigações, coordenaria operações financeiras fraudulentas enquanto Almeida seria o "rosto" do esquema, captando novos investidores.

"Cuidam-se de delitos extremamente graves, com repercussão nacional e causadores de extensos prejuízos, abalando demasiadamente as vítimas que, quiçá, perderam as economias de uma vida inteira em razão de promessas de lucros impraticáveis no mercado", destacou Bezerra.

O juiz ressaltou a gravidade dos delitos cometidos entre 2020 e 2022, que causaram um prejuízo superior a R$ 4,9 milhões, e os indícios de continuidade das atividades criminosas, mesmo após o início das investigações. Taiza, segundo o juiz, utilizava redes sociais e outros meios para continuar a enganar vítimas, o que reforça o risco de reiteração delitiva e o perigo à ordem pública.

“Conforme demonstrado nos autos, existem fortes indícios de reiteração delitiva, fato que evidencia o perigo concreto à ordem pública. Isso porque, em meados de 2024, a ré, mesmo após os fatos denunciados, ao que tudo indica, voltou a atuar em operações financeiras de risco, utilizando-se do perfil “@daytradeassertivo”, nas redes sociais, para captar novos investidores desavisados”, destacou o juiz para justificar a manutenção da prisão preventiva.

O ESQUEMA

Segundo a Polícia Civil, Taiza utilizava as redes sociais para atrair suas vítimas, apresentando-se como uma jovem bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros. O médico Diego Flores e o ex-policial federal Ricardo Ratola, ex-marido de Taiza, acusados de crimes como lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Ela convencia as pessoas a realizarem investimentos de alto valor, superiores a R$ 100 mil, em ações, por meio de promessas envolventes de retornos diários que variavam de 2% a 6%, dependendo do montante aplicado. Dessa forma, instaurou um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.

Nos primeiros meses, as vítimas recebiam os lucros prometidos e eram incentivadas a reinvestir. No entanto, com o tempo, a empresa começou a atrasar os pagamentos. Ao pedirem a devolução dos valores investidos, Taiza apresentava diversas desculpas e, eventualmente, passou a ignorar completamente as solicitações das vítimas.

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