O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve, nesta terça-feira (10), a prisão preventiva de Taiza Tosatt Eleotério da Silva Ratola, acusada de envolvimento em um esquema de pirâmide financeira. A defesa havia solicitado a revogação da medida, alegando que as acusações não se referem a fatos recentes e que os crimes não seriam graves.
No entanto, o juiz considerou que novos elementos apresentados pelo Ministério Público, incluindo vídeos e áudios, indicam que Taiza, apesar de não estar foragida, continuou a atuar no esquema criminoso através do canal de redes sociais "@DAYTRADEASSERTIVO", ao lado de seu atual marido, Wander Aguilera Almeida. A ré, de acordo com as investigações, coordenaria operações financeiras fraudulentas enquanto Almeida seria o "rosto" do esquema, captando novos investidores.
"Cuidam-se de delitos extremamente graves, com repercussão nacional e causadores de extensos prejuízos, abalando demasiadamente as vítimas que, quiçá, perderam as economias de uma vida inteira em razão de promessas de lucros impraticáveis no mercado", destacou Bezerra.
O juiz ressaltou a gravidade dos delitos cometidos entre 2020 e 2022, que causaram um prejuízo superior a R$ 4,9 milhões, e os indícios de continuidade das atividades criminosas, mesmo após o início das investigações. Taiza, segundo o juiz, utilizava redes sociais e outros meios para continuar a enganar vítimas, o que reforça o risco de reiteração delitiva e o perigo à ordem pública.
“Conforme demonstrado nos autos, existem fortes indícios de reiteração delitiva, fato que evidencia o perigo concreto à ordem pública. Isso porque, em meados de 2024, a ré, mesmo após os fatos denunciados, ao que tudo indica, voltou a atuar em operações financeiras de risco, utilizando-se do perfil “@daytradeassertivo”, nas redes sociais, para captar novos investidores desavisados”, destacou o juiz para justificar a manutenção da prisão preventiva.
O ESQUEMA
Segundo a Polícia Civil, Taiza utilizava as redes sociais para atrair suas vítimas, apresentando-se como uma jovem bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros. O médico Diego Flores e o ex-policial federal Ricardo Ratola, ex-marido de Taiza, acusados de crimes como lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Ela convencia as pessoas a realizarem investimentos de alto valor, superiores a R$ 100 mil, em ações, por meio de promessas envolventes de retornos diários que variavam de 2% a 6%, dependendo do montante aplicado. Dessa forma, instaurou um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
Nos primeiros meses, as vítimas recebiam os lucros prometidos e eram incentivadas a reinvestir. No entanto, com o tempo, a empresa começou a atrasar os pagamentos. Ao pedirem a devolução dos valores investidos, Taiza apresentava diversas desculpas e, eventualmente, passou a ignorar completamente as solicitações das vítimas.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.