"Trump foi menos agressivo e mais pragmático no que diz respeito à questão tarifária", contribuindo para um enfraquecimento do dólar e, consequentemente, em um arrefecimento das taxas de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), segundo o estrategista-chefe da corretora Monte Bravo, Alexandre Mathias. "Com certeza o enfraquecimento do dólar é o principal driver para os juros futuros hoje", resume.
Para Mathias, o pragmatismo de Trump - que indicou tarifa de 10% às importações americanas da China a partir de 1º de fevereiro, abaixo dos 60% prometidos em campanha - ocorre porque "seria contraproducente do ponto de vista político e econômico fazer uma medida extremamente inflacionária como essa, considerando que o principal motivo para o republicano ter ganhado a eleição foi a inflação elevada no governo Biden".
O estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, considera que "as imposições de tarifa pelo governo Trump não devem ser imediatas e serão usadas como instrumento de negociação, o que pode defasar/suavizar suas possíveis execuções e abrir espaço para alívio nas moedas e juros no curto prazo".
Cunha, contudo, frisa que o comportamento do mercado de "tentar tirar muita lição nessas primeiras 48 horas de governo Trump não parece saudável".
Outro foco do mercado financeiro fica para o comunicado do Copom na próxima quarta-feira, 29. Como a autarquia contratou na última reunião duas novas altas de 1 ponto porcentual, o mercado aguarda mesmo pistas de um novo forward guidance. "Será um forward guidance no plural? No singular? Ou vai sumir? Existe ansiedade também sobre as atualizações quanto às projeções de inflação no cenário de referência do BC", afirma Cunha, da BGC Liquidez.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 14,920%, de 14,958% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 cedeu para 15,165%, de 15,171%, e o para janeiro de 2029 recuou para 14,995%, de 15,036%.
(Com Agência Estado)
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