A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,13% em setembro, de 0,19% em agosto. As estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast variavam entre 0,18% e 0,33%, com mediana positiva de 0,28%.
Santiago Schmitt, especialista em renda fixa da Manchester Investimentos, disse que o indicador "ajudou a retirar um pouco da pressão" das taxas de curto prazo, mas teve menos efeito sobre os vértices médios e longos, mais suscetíveis aos receios do mercado com a dificuldade do governo em controlar os gastos públicos.
Ele acrescentou que essa preocupação com o cenário fiscal se agravou desde o fim da semana passada, após a divulgação do relatório bimestral de avaliação das receitas e despesas do governo federal. Segundo Schmitt, o documento trouxe estimativas de receita consideradas "superestimadas" e que abriram espaço para diminuir o esforço de contenção de gastos.
Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, apontou que a queda nas taxas curtas reduziu levemente a precificação de alta da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas que o mercado segue esperando pelo menos mais dois aumentos sequenciais de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros.
Para a reunião de novembro, a curva precificava aumento de 53 pontos-base, de aproximadamente 60 pontos-base ontem. Para dezembro, as taxas embutem possibilidade de mais 45 pontos-base de elevação, segundo Leal.
Amanhã, os investidores estarão atentos ao Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central e aos comentários das autoridades da instituição em entrevista coletiva para explicar o documento.
A taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 fechou a 12,110%, de 12,115% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 encerrou em 12,135%, de 12,161%, e a taxa para janeiro de 2029 registrou 12,27%, de 12,28%.
(Com Agência Estado)
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