Ele disse também que prefere observar esse caminho não como um "desafio", mas como uma oportunidade, porque, para ele, o País pode suportar os ajustes necessários recuperar o grau de investimento.
Ceron afirmou que, para isso, o Brasil precisa "tão somente" garantir o cumprimento do arcabouço fiscal, a tendência sustentável de crescimento dos gastos e o atingimento das metas fiscais previstas. "Estamos a pequeno passo, uma oportunidade para consolidar ciclo de crescimento sustentável."
Ceron também afirmou que não vê como um brasileiro não possa estar feliz com o resultado da Moody's. "A Moody's foi clara ao colocar que há avanços, mas frisando que materialização do grau de investimento depende do compromisso fiscal", afirmou o secretário, para quem a elevação da nota é um voto de confiança no País, e não em um governo.
Ele pontuou ainda que a melhora do ambiente econômico vai se refletir em queda da taxa de juros, que incide sobre a dívida pública. "Quanto menor a dívida, menor o esforço fiscal que a sociedade precisa fazer para arcar com esses encargos", afirmou.
Por fim, Ceron comentou que, além de elevar a nota brasileira, a Moody's colocou o País em perspectiva positiva, indicando que num horizonte de até 18 meses uma nova mudança do rating pode se materializar. "País tem muito a comemorar. A decisão da Moody's é muito relevante e há série de efeitos que serão colhidos em 2025. País tem que comemorar, cresce e faz reformas institucionais, mas há desafios fiscais a serem endereçados", disse.
Eliminação de ruídos e incertezas
O secretário do Tesouro Nacional reconheceu que políticas concebidas para ficar "fora do Orçamento" criam insegurança, ainda que tenham impacto "diminuto".
Ele comentou sobre a necessidade de eliminação desses ruídos que podem atrapalhar o processo de recuperação da confiança sobre o fiscal e o alcance do grau de investimento soberano.
"Isso (recuperação fiscal) não é um desafio só da Fazenda, nem só da equipe econômica, nem só do governo. Tem de fazer esse debate, eliminar tudo o que causa ruído e incerteza no mercado. Ter grau de investimento é um legado que deixaremos", disse Ceron, para quem tudo o que "atrapalha" o alcance do grau de investimento deveria ser debatido com "cuidado".
(Com Agência Estado)
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