O trecho é eixo principal de ligação da área metropolitana da capital com as principais regiões do Estado. O tráfego pesado e lento no local de carretas também pertuba vida dos cidadãos em geral, principalmente de Cuiabá e Várzea Grande. A assessoria da Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) foi consultada pela reportagem e ficou de falar sobre o assunto ainda hoje.
O protesto começou por volta das 8h30 desta quarta-feira (16) e o congestionamento de caminhões já alcança o município de Jaciara, de acordo com Olmir Justino Feo, representante dos caminhoneiros que está no trevo da Praia Grande.
Segundo Olmir, os caminhoneiros decidiram se manifestar por estarem cansados da situação de sucateamento da rodovia e ausência de investimento na infraestrutura de Mato Grosso, que é a principal via de escoamento da soja produzida no Estado.
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“Há anos pedimos melhorias e nada. Aqui está um buraco só. Aliás, não são buracos, são crateras. Por dia, passam sete mil caminhões aqui e nunca melhora a situação desse trecho. A rodovia está abandonada.”, afirma o líder.
PERDAS MATERIAIS
Se não bastassem os perigos da rodovia, Olmir pontua outros problemas que atingem os caminhoneiros: os prejuízos materiais. Suspensão e amortecedores quebrados, além dos pneus que precisam ser trocados com mais frequência do que o necessário são situações recorrentes de quem enfrenta a MT.
“Esse aqui são 27 quilômetros que ninguém quer gerir. Só para você ter ideia, só nesta manhã já passaram dois guinchos levando caminhões quebrados. É prejuízo demais para nós”, aponta.
De acordo com Olmir, já aconteceram diversas reuniões com o secretário de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), Arnaldo Alves, e que promessas de melhorias foram feitas, mas nada de concreto aconteceu.
“De promessas já estamos cheios. Queremos resolver isso aqui. Não dá mais para passar por rodovia nesse Estado. É um risco para todos”, garante.
Sem previsão para finalizar o protesto, os caminhoneiros esperam conseguir uma reunião com o novo secretário da Setpu, Cinésio Nunes, para que haja o comprometimento de dar início, pelo menos, as obras de manutenção e sinalização da MT em regime de urgência.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindmat) assegurou que também já procurou os representantes do governo, sem sucesso, mas que se solidarizam com a ação dos trabalhadores.
“Nossa diretoria já pediu ao governo ações emergenciais no sentido de recuperar esta rodovia já muito desgastada. Um trecho que deveria ser percorrido em 15 minutos, é encerrado em mais de uma hora. Estamos no aguardo de atitudes mais pontuais”, disse Eleus Vieira de Amorim, presidente da entidade.
Segundo informações da Setpu, recentemente foram pavimentadas 150 km de rodovias estaduais no Estado no interior com recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).