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Cidades Quarta-feira, 15 de Junho de 2022, 11:40 - A | A

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Quarta-feira, 15 de Junho de 2022, 11h:40 - A | A

8 MORTOS E 38 FERIDOS

Quase 30 dias depois da tragédia na BR-163, ainda não há responsabilização por acidente

Colisão foi em 17 de maio, no perímetro de Sorriso. Ônibus saiu de Cuiabá na noite anterior como destino a Sinop e bateu em carreta por volta do meio-dia. Família de motorista pede ajuda para trazê-lo para Cuiabá

MÁRCIA TOMAZ
Da Redação

Prestes a completar 30 dias da tragédia que matou oito pessoas e deixou 38 feridos em Mato Grosso, o acidente entre um ônibus da empresa Itamarati e uma carreta no KM 799 da BR-163, em Sorriso (396 km ao norte de Cuiabá), ainda segue sem responsável apontado em inquérito policial sobre os fatos.

O acidente aconteceu no dia 17 de maio. O ônibus saiu de Cuiabá na noite anterior, uma segunda-feira, por volta das 22h, e tinha como destino a cidade de Sinop (479 km ao norte de Cuiabá). A empresa Itamarati confirmou que havia no ônibus 45 passageiros.

Com o impacto da colisão oito pessoas morreram no local e 38 ficaram feridas, entre elas o motorista do ônibus, Edmirson Campos Pereira, que teve um braço decepado no acidente.

Horas antes do acidente, o motorista Edmirson chegou a gravar um vídeo relatando que o veículo teve problemas mecânicos. No áudio, Pereira conta que, no trecho próximo à praça de pedágio na entrada de Lucas do Rio Verde (336 km ao norte de Cuiabá), houve a rachadura da mangueira do reservatório, que vai para bomba d’água, e vazou água.

As informações preliminares da Perícia Oficial de Identificação Técnica apontaram que houve uma invasão de faixa por parte do ônibus, que acabou colidindo na lateral da carreta e tombou na pista.

Na ocasião, o superintendente da PRF, Francisco Élcio Lima Lucena, chegou a declarar que as análises preliminares apontavam que o motorista do ônibus poderia ter dormindo ao volante. Ele chegou a afirmar que as informações apuradas pela equipe confirmam que Edmilson estava em uma jornada de trabalho superior a 10 horas seguidas.

Ainda conforme a PRF, câmeras da segurança da corporação instaladas na saída de Cuiabá mostram o ônibus passando pelo local pouco mais da meia-noite. O acidente foi registrado poucos minutos antes das 12h do dia seguinte.

Por sua vez, a empresa Expresso Itamarati afirmou que o motorista que conduzia o ônibus dormiu por mais de 4 horas, enquanto aguardava auxilio mecânico na estrada, depois de o veículo quebrar a mangueira de água do radiador, portanto, teria descansado.

Segundo a empresa, na chegada à cidade de Lucas do Rio Verde, a mangueira que leva água para o radiador do ônibus se quebrou e o veículo ficou impossibilitado de trafegar. O motorista, então, pediu suporte à empresa, o socorro demorou mais de 4h para chegar ao local.

A equipe do HNT procurou a Polícia Civil para obter informações sobre o caso, mas não obtieve retorno até o fechamento deste material.

O MOTORISTA

O motorista Edmirson Campos Pereira continua internado no Hospital Regional de Sinop (479 km de Cuiabá). Ele teve um dos braços decepado durante o acidente. A família pede ajdua para trazer o motorista para continuar o tratamento em Cuiabá.

Segundo a família de Edmirson, o estado de saúde dele é estável. Ele passou 21 dias em coma induzido, mas já está acordado e lúcido, reagindo bem ao tratamento.

"Ele reagiu bem ao tratamento até aqui, apesar de ter uma infecção após a amputação do braço, onde sofreu um pouco, mas passa bem”, declarou a sobrinha Ádina Pereira.

Segundo a sobrinha, a família mora em Cuiabá e a situação não está fácil. Disse que já não tem mais recursos para se manter em Sinop e acompanhar o tratamento de Edmirson, além de não poder deixá-lo sozinho no hospital.

“A família não tem condição de ficar em Sinop, tudo lá é bem caro. Todos nós trabalhamos e não conseguimos ficar deslocando, precisamos de um hospital aqui em Cuiabá, que aceite ele, para continuar o tratamento, não está facíl para nós”, explicou Ádina.

Segundo ela, uma filha de Edmirson que foi acompanhar o tratamento do pai em Sinop, chegou a ser demitida do trabalho por ausência. A empresa tem contrubuido com hotel e ajuda de alimentação, mas a família faz um apelo para trazer o motorista para um hospital em Cuiabá. 

“Minha prima acabou perdendo o emprego. Ela está lá sozinha, a empresa paga um hotel dentro da rodoviária sem segurança nenhuma, e ajuda no custo da alimentação. Estamos programando para mandar mais uma pessoa, porém, corremos o risco de ser mandado embora do emprego como minha prima foi. A gente precisa de uma vaga em hospital daqui. Vai ficar melhor para acompanhar o tratamento e a gente não vai perder o emprego”, ressaltou.

Segundo Ádia, ela já procurou o Pronto Socorro de Cuiabá e foi informada de que o Hospital Regional de Sinop é quem manda ofício para a unidade de Cuiabá solicitando a vaga. No entanto, o Hospital de Sinop diz que é o hospital de Cuiabá que manda ofício para eles.

"E está nessa, e ninguém resolve nada. Sinceramente, não sabemos o que fazer. Não temos para quem recorrer mais", finalizou. 

A equipe do HNT procurou as secretarias de Saúde de Cuiabá e Sinop, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno. 

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