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Cidades Terça-feira, 12 de Maio de 2020, 10:53 - A | A

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Terça-feira, 12 de Maio de 2020, 10h:53 - A | A

EM CUIABÁ

Movimento fixa cruzes em avenida de Cuiabá denunciando mortes de enfermeiros

KHAYO RIBEIRO

A avenida Tenente Coronel Duarte, localizada na região central de Cuiabá, amanheceu com um tom fúnebre na manhã desta terça-feira (12). Uma ação realizada por diversas entidades e movimentos sociais instalou cem cruzes ao longo da via em denúncia às mortes de profissionais de enfermagem que atuaram no combate à pandemia da Covid-19, o coronavírus, em todo Brasil.

Divulgação

ação em prol de enfermeiros

Registro da instalação

O mote do manifesto é chamar a atenção para a forma como os profissionais da Saúde, em especial da enfermagem, têm sido tratados pelo governo em suas diferentes esferas, tanto nacional, quanto estaduais e municipais. Um conjunto de entidades forma o movimento, que é denominado Frente Popular em Defesa dos Serviços Públicos e de Solidariedade ao Enfrentamento da Covid-19.

Ao HNT/HiperNotícias, a professora aposentada da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, Rosa Lúcia, apontou que o movimento cobra urgência em ações que assistam aos profissionais expostos ao coronavírus no exercício de suas atividades.

“Hoje é o Dia Internacional da Enfermagem e essa movimentação que está acontecendo é uma manifestação silenciosa, de luto pelo número de profissionais de saúde e mais especificamente de enfermagem que já tombaram no BR por conta da infecção da Covid-19. Até ontem tínhamos o número de 98 profissionais de enfermagem que tinham morrido”, apontou a professora, que é membra da comissão organizadora do movimento.

Segundo o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri, o Brasil enfrenta hoje uma situação grave no que diz respeito à evolução da pandemia entre os profissionais da saúde.

“A situação no Brasil é crítica. O Observatório da Enfermagem, criado pelo COFEN para monitorar a evolução da pandemia entre profissionais de Enfermagem, já registra mais de 13 mil casos e 100 óbitos associados à Covid-19. A maior parte desses profissionais integrava pelo menos um grupo de risco. É inadmissível que estivessem expostos na linha de frente, contrariando as diretrizes sanitárias indicadas pelo Ministério da Saúde”, apontou Neri.

Em Mato Grosso, conforme anteriormente noticiado, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, apontou que ao menos 74 profissionais da saúde já foram contaminados pela Covid-19. Em uma das ocorrências, o enfermeiro Athaide Celestino da Silva, 63 anos, morreu. Servidor da saúde há mais de três décadas, o enfermeiro morreu no último dia dois após passar pouco mais de um mês internado respirando por meio de ventilação mecânica.

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