Investigações preliminares da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) dão conta de que o motorista do caminhão que atropelou e matou Maria Clara Mendes de Oliveira, de 21 anos, invadiu a faixa onde estava a motociclista e trafegava em local restrito para veículos de carga. O acidente ocorreu em trecho da Avenida Miguel Sutil, na rotatória para o bairro Coophamil, em Cuiabá, na tarde desta terça-feira (9).
Isrrael Silva Schwarz, motorista do caminhão, alegou em nota que não conseguiu ver a motociclista e que ela estava no ponto cego do veículo de cargo. Em entrevista ao HNT, o delegado Christian Cabral, porém, afirmou que a Deletran trabalha com a hipótese de negligência no caso.
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“Estamos apurando. O que temos nas imagens é que ele invadiu a faixa onde estava a motociclista, sem respeitar a preferência e em uma análise preliminar, estava em velocidade acima da permitida no local. A culpa é exclusiva dele, a motociclista estava totalmente certa naquela situação”, informou Cabral.
No momento do acidente, a jovem seguia em direção ao bairro Coophamil quando foi ‘fechada’, atropelada e arrastada pelo caminhão.
Com o impacto, a vítima foi desmembrada. Vídeos gravados por populares e que circulam nas redes sociais, mostram o corpo da mulher separado em partes. A cabeça foi encontrada a alguns metros dos demais restos mortais.
Agora, a Polícia Civil aguarda a análise do tacógrafo do caminhão, feito pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que apontará a velocidade exata em que o veículo seguia no momento do acidente.
O delegado também informou que já acionou a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) para verificar se ele possuía autorização para circular na região, já que a Prefeitura Municipal limita o trânsito de veículos de carga na Capital.
“Estamos aguardando o resultado da perícia que examinou o tacógrafo do veículo para ver a real velocidade e aguardando o retorno da Semob para ver se ele estava com autorização para circular no local porque veículos de carga têm restrição para circular em algumas regiões e horários da cidade e aquele tipo de veículo em especial não poderia estar circulando ali. Isso também vai pesar na responsabilidade do condutor”, pontuou o delegado.
Mesmo com a gravidade do acidente, o condutor responderá pelo crime de homicídio culposo na direção em liberdade. Isso porque, o Código de Trânsito Brasileiro concede ‘imunidade’ aos motoristas que permanecem no local depois de um acidente com vítima.
“Ele ficou no local, se ele tivesse alguma irregularidade, embriagado ou se tivesse tentando foragir, ele teria tido a prisão consumada. Nesse caso, como ele tem essa imunidade, ele veio para a Delegacia, foi interrogado e vai responder em liberdade”, explicou Christian Cabral.
OUTRO LADO
Por meio de nota, através de seus advogados, Isrrael Schwarz externou suas condolências à família de Maria Clara e se colocou à disposição das autoridades.
“O Sr. Isrrael Silva Schwarz, através de seus advogados subscritores, vem a público externalizar suas condolências aos familiares e amigos da jovem Maria Clara Mendes de Oliveira, vítima do acidente ocorrido na tarde do dia 09 de julho do presente ano.
Sem adentrar ao mérito da questão, o condutor esclarece que está à disposição das autoridades policiais e demais órgãos competentes para prestar as informações necessárias para melhor elucidação dos fatos, conforme vem fazendo desde o lastimoso ocorrido.
Por fim, o Sr, Isrrael reafirma seus mais profundos sentimentos, e roga para que Deus possa confortar o coração de todos aqueles que sofrem com a trágica e precoce partida de Maria Clara”, diz a nota na íntegra.
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