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Brasil Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 12:00 - A | A

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Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 12h:00 - A | A

Caso Marina Harkot: motorista que atropelou e matou ciclista em 2020 vai a júri popular

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Pouco mais de quatro anos após a ciclista e socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos, ser atropelada e morta na Avenida Paulo VI, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, o motorista do Hyundai Tucson que a atingiu e fugiu sem prestar socorro será julgado. O júri popular de José Maria da Costa Júnior começa às 12h30 desta quinta-feira, 23, e tem duração prevista de dois dias.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o réu será julgado no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda pelos crimes de homicídio qualificado com dolo eventual, omissão de socorro e embriaguez ao volante - os dois últimos estão previstos no Código Brasileiro de Trânsito.

"Na pauta, há sete testemunhas para serem ouvidas, sendo quatro de acusação, uma comum às partes e duas de defesa. Os trabalhos serão conduzidos pela juíza Isadora Botti Beraldo Moro", diz o TJ-SP. O promotor de Justiça é Rodolfo Justino de Morais.

Cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Marina foi atingida enquanto trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI às 0h17 de 8 de novembro de 2020. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado por uma policial de folga que circulava pelo local e presenciou o atropelamento, mas a jovem morreu no local.

A identificação do carro foi possível graças à policial testemunha, que anotou a placa do veículo. Depois, a polícia confirmou por meio de câmeras que aquele veículo circulava pela região no horário do ocorrido.

A Polícia Civil afirmou na época também que, após fugir do local sem prestar socorro, José Maria da Costa Júnior abandonou o veículo no centro da capital paulista. Ele se apresentou no 14.º Distrito Policial (Pinheiros) somente na tarde de 10 de outubro de 2020, mais de 48 horas após o atropelamento.

Em entrevista à TV Globo dias após o ocorrido, Costa Júnior disse que "não tinha noção da complexidade" do que tinha ocorrido e de que "alguém pudesse estar ali, que pudesse estar machucado". Segundo a policial que presenciou o atropelamento, havia boa iluminação e "com certeza, ele (Costa Júnior) viu a Marina".

A avenida em que Marina foi atropelada tem quatro faixas e a socióloga estaria pedalando na última, perto do parapeito, de acordo com a investigação. Na via, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.

Descrita como uma pesquisadora brilhante e sorridente, Marina concluiu a graduação e o mestrado na USP, onde também era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Na academia, se tornou referência por reunir dados sobre gênero e mobilidade por bicicleta.

(Com Agência Estado)

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