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Artigos Quarta-feira, 19 de Março de 2014, 09:29 - A | A

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Quarta-feira, 19 de Março de 2014, 09h:29 - A | A

Educação: de quem é a responsabilidade?

JOÃO EDISOM





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Dia após dia assistimos, vemos e lemos relatos de professores agredidos em salas de aula por alunos. Se conversarmos com professores dos mais variados sistemas de ensino os relatos são assustadores, ainda mais os das escolas noturnas e periféricas. Saberemos do medo que sentem ao realizar parte de suas atividades em ambientes pagos pelo governo e comandados por gangues. Todos sabem disso, mas ninguém faz nada de concreto.

Estes elementos nos levam a questionar o dinheiro gasto nestas unidades insólitas e insalubres ao trabalho docente. Para que? Por que investir dinheiro em lugares que quem sai bem é obra do acaso? Onde professor tem que ser herói. Muitos dos profissionais, depois de menos de uma década de trabalho, já apresentam sérios problemas de saúde, principalmente mental, por estarem constantemente expostos aos maus tratos e convivência constante com o desrespeito e o medo. Aí vem a pergunta: o que é educação?

Poderíamos, entre os tantos conceitos e as tantas afirmações, acordar que educação é o ato de educar, de instruir, é polidez, disciplinamento. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida.

Os pais estão procurando escolas para seus filhos, mas não estão procurando educação. Os governantes, na maioria dos casos, estão criando espaços físicos para os pais deixarem seus filhos em determinado período do dia, mas não estão procurando educar uma geração. Os professores estão cumprindo grades curriculares com conteúdos nem sempre úteis a vida e estão sem força para educarem estes jovens. Os pais, por sua vez, colocam filhos no mundo, mas nem sempre tem atitudes que seu filho possa copiar para o exercício da cidadania. E a educação, onde fica?

Os governos fazem publicidade para o uso da camisinha, mas não fazem um debate sobre a responsabilidade de colocar uma criança no mundo. Em virtude disto, justo os mais necessitados e com menores condições econômicas para terem filhos são os que mais povoam o país. Mas discutir controle de natalidade tira voto. Não adianta ter escola se, ao final do dia acadêmico, a criança volta a conviver com violência, descaso, fome e falta de caráter.

Mesmo as integrais seguram apenas oito horas a criança na escola. As outras dezesseis são no convívio da sua casa, onde devem praticar a teoria aprendida na escola, sobre a convivência com os demais. Filhos de pais sem escrúpulos terão forte tendência ao exercício da esperteza ilícita, seja ela bem nascida ou de sofrível sobrevivência. O que está ruim e violento é só a escola, ou esta sofre as consequências da violência e esperteza da sociedade?

O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização. Mas os ambientes de convivência no Brasil de hoje como estão? Basta vermos os noticiários, são os piores possíveis. Ambientes de medo e violência explodindo em cada canto. Nossa melhora econômica não está nos fazendo melhores e o exemplo vem de quem pode dar exemplo, daqueles que tem o poder de mudar, sejam um simples pai ou mãe, os grandes empresários ou os políticos eleitos para tal. Mas estes também parecem que não conseguem enxergar além de seus próprios interesses.

Hoje nós estamos preparando pessoas para serem audazes, espertas, ‘antenadas’ nas tecnologias, individualistas e com alta capacidade de se impor - mesmo que seja através da violência. Logo o resultado não poderá ser outro que a guerra interna.

Viver em sociedade ficou difícil. Não dá para torcer, vibrar, conquistar, trafegar ou se divertir sem sentir o medo de ser assaltado, espancado ou morto. E a educação, onde está a educação? E o Estado, onde está o Estado? E os pais desta geração, onde estão estes pais? E as instituições religiosas, onde estão? E as instituições de classe, onde estão? Não venham os beatos colocarem a culpa em Deus ou na falta Dele, pois o que falta mesmo são os homens colocarem em prática o exercício de serem exemplos para as novas gerações. Levar seus filhos para a escola já educados para a convivência social para que lá aprendam apenas conteúdos pedagógicos já é um bom começo.



*JOÃO EDISOM DE SOUZA é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador de HiperNotícias

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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