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Artigos Sábado, 16 de Junho de 2012, 16:11 - A | A

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Sábado, 16 de Junho de 2012, 16h:11 - A | A

Amor e preconceito

Como é difícil a libertação do “olho alheio”, e, mais ainda a do nosso próprio olho. Numa visão hipocrática singular, o amor nada mais seria que uma avassaladora e irrefutável reação química, visando unicamente a reprodução da espécie .......

GABRIEL NOVIS NEVES

Steffano Scarabottolo

Como é difícil a libertação do “olho alheio”, e, mais ainda a do nosso próprio olho. Numa visão hipocrática singular, o amor nada mais seria que uma avassaladora e irrefutável reação química, visando unicamente a reprodução da espécie.

Tudo muito simples e, não por acaso, o amor romântico, esse de que falamos hoje, só surgiria a partir do século XVIII, quando as regras econômicas vigentes impunham uma série de medidas que valorizassem as relações amorosas.

Daí em diante, regras, chavões e inúmeras fantasias foram criados para que o amor acontecesse sempre visando os jovens, belos e sarados.

Tudo isso está no imaginário coletivo, arraigado.

O que dizer então quando essas mesmas emoções, já completamente descartadas por nós mesmos e, principalmente, pelo “Status Quo” vigente, voltam a acontecer em anos avançados da nossa existência?

Imediatamente, esse fato é rotulado como arteriosclerose cerebral, demência senil, Mal de Alzheimer e tantos outros males que indicam sinais de insanidade.

Puro preconceito. Mas, muito mais forte do que nós.

A que atribuir essa mesma avalanche, verdadeira tsunami de emoções, com a sua decorrente descarga hormonal de adrenalina, endorfinas, serotonina e tantas outras "inas” estimulantes ao nosso viver?

Em palavras do dia a dia: estímulo reprodutor dos adolescentes, irrefreável, apoteótica. Nada há pra entender nessa máquina incrivelmente surpreendente chamada corpo humano.

Apenas constatar e se deixar levar por esses caminhos misteriosos, de entrega total, de mergulho no escuro, sem rede de proteção.

Assim fazem os corajosos, esses privilegiados e, por isso mesmo, poucos.

Bendita seja a ousadia!

(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico, professor fundador da UFMT e colaborador de HiperNoticias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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