"Mato Grosso seria um case de tragédia humanitária se não fosse Cuiabá atendendo todos os munícipes com a Covid-19". A afirmação é do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), que cobrou atuação do governo estadual durante a pandemia. A declaração foi feita em entrevista na manhã desta segunda-feira (19).
"Se não fosse as ações por parte da Prefeitura de Cuiabá desde o começo da pandemia o quadro seria muito pior e muito mais dramático em casos confirmados e de óbitos. Seguramos o momento mais crítico da pandemia. O estado estaria falido se não fosse Cuiabá. A gestão se preparou recebendo munícipes em suas enfermarias e leitos de UTIs. O resultado disso tudo está aí na ponta com quadro estável da doença", disse em entrevista ao programa Hora Marcada.
Ainda durante a entrevista, Pinheiro rebateu críticas da oposição em relação a compra de respiradores e medicamentos para o tratamento precoce da doença com o chamado ‘Kit-Covid’, distribuído nas redes públicas de saúde.
“Com a Covid-19 você fica em uma situação muito dramática, tudo sob muita pressão. Com a grande procura no mercado os preços dos insumos eram exorbitantes e se você compra você é ladrão, se não compra é omisso. Então é muito difícil ser gestor nesse período”, ressalta.
"O governo estadual adquiriu aqueles respiradores que dizem que são "ching-ling" (de origem chinesa) falaram um monte de coisa e estão sendo questionados. Apesar da pressão, eu não adquiri respiradores. Eu pensei: se eu adquirisse esses respiradores ali na frente vão falar que estou roubando e que estou desviando dinheiro. Foi uma pressão violenta em cima de mim para adquirir. Eu não iria comprar a qualquer preço", completou Pinheiro citando operações contra os governos de Pará, Amazonas e Rio de Janeiro que foram alvos de busca e apreensão na pandemia.
Investimentos na Covid-19
Conforme Pinheiro, Cuiabá recebeu cerca de R$ 96 milhões do governo federal no combate à Covid-19 e conseguiu 40 respiradores junto à bancada federal e cobrou atuação do governo estadual. "Gastamos todos os investimentos necessários para manter até hoje o custeio de toda essa máquina com ajuda zero do Estado, até ajuda para leitos de UTIs que o Estado prometeu não cumpriu um mês sequer. Cuiabá continua atendendo todos os munícipes salvando vidas e não fechando as portas para ninguém".
O chefe do Executivo municipal ainda confirmou ter R$ 37 milhões em caixa no enfrentamento da doença e destacou inauguração de unidades de saúde como suporte no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
"Preparei esse recurso para o período das vacas magras, pois não sei o que virá pela frente, estou preocupado caso haja uma segunda onda da pandemia em Cuiabá e no estado, então fizemos essa reserva sem deixar faltar nada. Abrimos 135 leitos de UTIs, o antigo Pronto-Socorro é referência no combate à Covid-19, inauguramos UPAsm enfim, nossa gestão é pensando nos mais carentes, fazemos uma administração para todos e não para alguns", concluiu.
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