O governador Mauro Mendes (União Brasil) disse ter "vergonha" do números de casos de violência contra mulheres em Mato Grosso. O estado lidera o ranking de feminicídios no país, de acordo com levantamento do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). Segundo os dados, Mato Grosso registra taxa de 1,23 feminicídios a cada 100 mil habitantes. O desabafo do governador foi feito após a prisão da enfermeira Nataly Helen Martins Pereira, suspeita que confessou o assassinato da adolescente grávida Emily Beatriz Sena, de 16 anos, para raptar o bebê da vítima.
LEIA MAIS: Veja tudo que se sabe até agora sobre morte macabra de adolescente grávida em Cuiabá
"Tem uma coisa no nosso estado que nos faz sentir vergonha que é a violência contra as mulheres que ocorre em todo o país e em Mato Grosso não é diferente", falou Mauro Mendes nas redes sociais na noite desta quinta-feira (13).
O vídeo foi publicado no perfil da primeira-dama de MT, Virginia Mendes (União Brasil), que ressaltou o fato da adolescente ser privada de "forma covarde" do "direito de ser mãe".
"Uma tragédia que nos faz refletir, mais uma vez, sobre a crueldade de criminosos que destroem famílias e espalham dor. Até quando vamos conviver com esse terror? Precisamos mudar esse cenário! São tantas famílias dilaceradas, tantas marcas que jamais poderão ser apagadas... O feminicídio deixa um rastro de sofrimento, crianças órfãs, lares desfeitos. Isso pode e precisa acabar!", registrou Virginia.
Em conjunto com a esposa, o governador implantou no estado o programa assistencial SER Família Mulher que oferece aluguel social de R$ 600,00 e cursos de capacitação profissional às vítimas de violência doméstica, dando a elas a oportunidade recomeçar suas vidas, obtendo independência financeira dos agressores.
Mauro lamentou que apesar dos esforços do Executivo estadual os casos continuem ocorrendo. O governador ressaltou que a violência doméstica é "silenciosa" e alertou os mato-grossenses a ficarem atentos aos indícios de crimes, denunciando antes dos atos serem consumados.
"A violência doméstica é silenciosa, acontece dentro da família. Devemos ficar atentos aos sinais para que isso possa ser evitado. Um apelo a você que é a mãe e pai que eduque seus filhos a tratar a mulher com respeito. Mulher nenhuma merece ser desrespeitada, agredida e morta por qualquer que seja o motivo ou relação", disse Mendes.
LEIA MAIS: Adolescente estava viva quando assassina arrancou bebê da barriga, diz perito
VEJA VÍDEO
O CASO
Emily Sena saiu de sua casa em Várzea Grande, na quarta-feira (12), para buscar donativos em uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. No imóvel, ela foi esganada com um fio de internet e sufocada com uma sacola plástica. Inconsciente, ela teve a filha arrancada de seu ventre pela suspeita, Nataly Helen Martins Pereira, que utilizou uma faca.
Depois de matar a adolescente, Nataly a enterrou em uma cova rasa nos fundos da casa. Na sequência, pegou a criança e procurou atendimento no Hospital Santa Helena para emitir uma declaração de nascimento, argumentando que havia tido um parto em casa.
Desconfiados da versão, a equipe médica pediu um exame hormonal de Beta HCG que não detectou sinais de gravidez recente ou estado puerperal. Ela foi levada à Central de Flagrantes para prestar depoimento e o crime foi descoberto. Em depoimento, ela confessou a autoria do homicídio e afirmou ter agido sozinha.
Nataly foi presa junto do companheiro Christian Albino Cebalho de Arruda e outros dois homens. Na noite de quinta-feira (13), os três homens foram liberados, mas Nataly continua presa. As investigações sobre o caso continuam.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.