O governador Mauro Mendes (União Brasil) evitou alimentar o desconforto em seu staff e disse que a saída do coronel Alexandre Mendes do comando-geral da Polícia Militar foi um passo planejado. O coronel anunciou a decisão nas redes sociais nesta sexta-feira (22) e não compareceu ao lançamento do programa "Tolerância Zero ao Crime Organizado" realizado nesta segunda-feira (25), alimentando os indícios de um possível mal-estar entre as lideranças. No entanto, segundo o governador, a ausência não tem relação com o anúncio, mas sim com uma viagem que estava agendada. A expectativa é que o nome do novo comandante da PM seja conhecido ainda nesta semana.
"(O coronel Mendes) está em viagem. (A saída) é uma mudança que foi planejada e está sendo executada. Será comunicado o novo nome até o transcorrer desta semana", afirmou o governador à imprensa nesta segunda-feira (25).
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Mauro não criticou o coronel diretamente, porém, apontou erros na gestão dos presídios durante o período que esteve à frente da PM. Depois que a denúncia que servidores do sistema penitenciário facilitavam a entrada de celulares nas prisões, o governador apertou o cerco e convocou o secretário de Segurança Pública, César Roveri, e o comandante da PM para discutir providências. Uma delas foi a intensificação de buscas. Mauro disse que mais de 70 celulares foram apreendidos.
"Não houve erro. Tínhamos um 'time' de fazer um série de mudanças e fizemos. O grande Mato Grosso tem hoje um dos melhores sistemas prisionais do país. Entretanto, há uma deficiência na gestão. Determinei batida para busca de celulares, foram encontrados 50, 60, 70 celaures. Isso é claro foi por erro, falhas operacionais na condução do presídio", asseverou.
AVANÇO DAS FACÇÕES
No comunicado de despedida, coronel Mendes destacou o intenso trabalho da PM no combate ao crime organizado e atribuiu a impunidade à “legislação obscena” do país. Mendes repudiou ainda a tentativa de responsabilizar uma única instituição pelo avanço das organizações criminosas no Estado.
“Ponderar o crescimento desse câncer social, chamado crime organizado, a partir da exclusiva responsabilidade desta ou daquela instituição ignora o problema de caráter sistêmico que temos enfrentado. Respostas pontuais, como nossa saída, caso efetivamente contribua para a guerra contra as facções têm certamente a mim como primeiro apoiador”, escreveu.
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