O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), justificou que a exoneração do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller (PP), foi executada para garantir "transparência" e dar "credibilidade" às ações do governo federal. Porém, destacou que, mesmo com a ligação do filho de Neri, Marcelo Geller, com a empresa que arrematou 44% dos lotes do leilão do arroz, não há nenhum fato para gerar a "condenação" do ex-secretário. Fávaro fez os comentários ao prestar esclarecimentos sobre supostas fraudes no certame, nesta quarta-feira (19), à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
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"Apesar do ato falho de ter o filho ligado com a empresa que operou esse leilão, não teve nada de errado que possa sofrer condenação. Mas precisa ser investigado. Por isso, o presidente Lula determinou que a CGU (Controladoria Geral da União) faça a investigação, que e a Polícia Federal faça a investigação. É fundamental para transparência, isso dá credibilidade às ações do governo", disse o ministro da Agricultura.
Neri Geller admitiu estar "chateado" com Carlos Fávaro por determinar o seu desligamento da pasta, ao ser sabatinado pela Comissão nesta terça-feira. O ministro ironizou a declaração do ex-secretário e mencionou a longa amizade de ambos. Colocando panos quentes na situação e sem explicar o motivo pelo qual despachou a demissão como "a pedido" do ex-secretário, mesmo após Neri desmenti-lo, frisou que a decisão não foi um julgamento, mas um ato necessário para dar espaço no Mapa às investigações sobre o leilão do arroz.
"Mas o Neri está magoado com o Fávaro ... Conheço o Neri há mais tempo que todos vocês, chegamos no mesmo município quase 40 anos atrás. Ele vindo do Rio Grande do Sul e eu vindo do Paraná. Tínhamos os mesmos objetivos, sonho de uma vida melhor e se desenvolver em Mato Grosso. Não se trata de fazer julgamento de algum ato falho, mas é a total liberdade que isso precisa ser feito para investigar", argumentou.
Durante sua audiência, Neri Geller garantiu que, antes da exoneração, assegurou a Fávaro que seu filho não era mais sócio da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso, cujo proprietário é seu ex-assessor, Robson França, quando os 44% dos lotes de arroz foram comprados no leilão. No entanto, o ministro ignorou as explicações. Fávaro disse que as associações a Geller são um nítido "conflito de interesses".
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"É muito importante dizer que a transparência dada para investigar e evitar o conflito de interesses é parte do poder público. Eu não vejo como querer criar polêmica, mas motivo de elogio", falou Carlos Fávaro.
Outro fator que pesa sobre o ex-secretário é a contratação da sua esposa, a advogada Juliana Vieira Geller, na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) antes de ser afastado do Mapa. O ministro ainda não comentou sobre o assunto. A audiência está em andamento. Mais informações em instantes.
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