Lucas Rotilli Durlo, líder dos caminhoneiros autônomos de Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Garças teve um áudio divulgado no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (23). Na conversa, Durlo questiona o general Mario Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro (PL), quanto tempo os manifestantes da extrema-direita deveriam permanecer mobilizados. Os áudios foram revelados no bojo das investigações acerca da tentativa de golpe em 2022.
"Eu queria ver com o senhor qual a perspectiva. Até quando vocês querem que a gente fique aqui, general? E ver com o presidente, aí. Eu não saio daqui, eu quero ser o último a sair. Somos um soldado.”
Para a Polícia Federal (PF), os registros apontam para uma coordenação entre militares de alta patente e civis para manter as manifestações e a contestação das urnas eletrônicas. Com o objetivo final de pressionar as Forças Armadas a aderirem a um plano golpista, impedir a posse de Lula (PT) e manter Bolsonaro no poder.
Por sua vez, Fernandes atuava nos bastidores para impedir que fossem adotadas medidas repressivas contra os caminhoneiros e populares nos acampamentos. Em um áudio, ele solicita o apoio do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para que o então presidente intervisse junto ao Ministério da Justiça e às Forças Armadas.
"Parece que existe um mandado do TSE ou do Supremo em relação aos caminhões que estão lá. Já houve prisões realizadas ali pela Polícia Federal. Se o presidente pudesse dar um input ao Ministério da Justiça para segurar a PF, seria importante", afirma Fernandes em mensagem a Cid. Em resposta, Cid afirma que conversaria com Bolsonaro sobre o pedido. Fernandes também fez pedidos semelhantes ao general da reserva Walter Braga Netto, sugerindo que ele intercedesse junto ao presidente para impedir o cumprimento de ordens judiciais.
"Se o senhor puder intervir junto ao presidente, falar com o ministro Anderson, segurar a PF para esse cumprimento de ordem. Ou com o Comandante do Exército, para protegê-los ali", afirmou Fernandes em uma das mensagens interceptadas.
A PF apreendeu 1,2 mil equipamentos eletrônicos dos envolvidos e extraiu 255 milhões de mensagens de áudio e vídeo, foi necessário o uso de inteligência artifical para a organização de todos os arquivos. Foram elaborados 1.214 laudos periciais, que, segundo a investigação, revelam detalhes das articulações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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