Nataly Helen Martins Pereira, acusada de matar a jovem grávida Emily Azevedo Sena e retirar o bebê dela em um parto clandestino, demonstrou destreza e aptidão suficientes para realizar o procedimento, segundo o diretor da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Jaime Trevisan.
“Foram verificadas lesões em forma de T no abdômen, com uma destreza muito peculiar. Então, a pessoa que fez aqueles cortes, tem o domínio da técnica de corte, onde era possível a retirada de uma criança”, disse Trevisan em coletiva de imprensa sobre o caso, na manhã desta sexta-feira (14).
De acordo com o perito, o exame do local do crime é crucial para entender a dinâmica do homicídio. A partir dessa análise é que o quebra-cabeças será desvendado.
‘É ali [no local] que a gente vai começar a fechar esse quebra-cabeça. Então, encontrar vestígios aleatórios e fazer algumas análises é possível. Agora, como que esse vestígio se encaixa e até para cravar se foi sozinho ou não, é somente com todos os elementos conclusos”, informou.
Assim como o delegado Caio Albuquerque, o perito não acredita que Nataly tenha agido sozinha, como ela afirmou em depoimento. “É muito pouco provável que foi feito apenas com uma pessoa. Entretanto, a gente não trabalha com provável ou improvável, a gente trabalha com fatos. Então, a gente precisa finalizar os nossos trabalhos para entregar à Polícia Civil uma informação de qualidade”, pontuou.
REQUINTES DE CRUELDADE
A adolescente foi mantida viva até ter a filha brutalmente arrancada de seu ventre, para que a criança pudesse sobreviver.
Ela foi estrangulada com fio de internet e sufocada com uma sacola plástica. O perito acredita que o saco tenha sido utilizado para abafar o som.
Jaime pontuou que a causa da morte foi hemorragia, ou seja, perda de sangue.
“É possível verificar que a pessoa estava com vida. Uma das teses que já foram comprovadas é que ela foi mantida viva para efetuar o parto, para que a criança fosse recolhida com vida. Então, os vestígios encontrados no pescoço e na sacola indicam que a pessoa foi morta, ela veio a óbito não em decorrência da falta de ar, ela foi morta pela falta de sangue no corpo. Então, aquela ação que foi colocada foi apenas para manter a vítima com vida até efetuar a retirada da criança”, finalizou.
O CASO
Emily Sena saiu de sua casa em Várzea Grande, na quarta-feira (12), para buscar donativos em uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
No imóvel, ela foi esganada com um fio de internet e sufocada com uma sacola plástica. Inconsciente, ela teve a filha arrancada de seu ventre pela suspeita que utilizou uma faca.
Depois de matar a adolescente, Nataly a enterrou em uma cova rasa nos fundos da casa. Na sequência, pegou a criança e procurou atendimento no Hospital Santa Helena para emitir uma declaração de nascimento, argumentando que havia tido um parto em casa.
Desconfiada da versão, a equipe médica pediu um exame hormonal de Beta HCG que não detectou sinais de gravidez recente ou estado puerperal. Ela foi levada à Central de Flagrantes para prestar depoimento e o crime foi descoberto.
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