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Polícia Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024, 15:00 - A | A

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Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024, 15h:00 - A | A

UM ANO DO CRIME BÁRBARO

Caminhoneiro que teve família assassinada afirma que está com coração despedaçado e clama por justiça

O assassino confesso, o pedreiro Gilberto dos Anjos, ainda não foi submetido ao Tribunal do Júri

SABRINA VENTRESQUI
Da Redação

Em entrevista ao SBT de Sorriso (420 km de Cuiabá), Regisvaldo Cardoso, marido de Cleci e pai das meninas Miliani, Manuela e Melissa Calvi Cardoso, revelou que está com o coração despedaçado pela morte da família e cobrou celeridade no andamento do processo. A chacina completou um ano e o assassino confesso, o pedreiro Gilberto dos Anjos, ainda não foi submetido ao Tribunal do Júri.  

Na reportagem, Regisvaldo lembra dos momentos que passou com as filhas, principalmente as menores, em que as levava para brincar em um parquinho da cidade.

“Fica esse sentimento de tristeza dentro da gente, que nunca vai passar. Cada dia que passa a gente sente mais falta. O fato de acordar e não receber um abraço, ou um bom dia da filha, da esposa ou chegar de viagem e não ter a família te esperando. Bate a saudade, a vontade de tê-las em casa”, disse.

O marido e pai das vítimas ainda fez uma crítica à demora do Poder Judiciário em marcar uma data para o julgamento de Gilberto dos Anjos. Regisvaldo teme que ele seja solto antes que haja uma condenação pela chacina. O advogado da família, Conrado Pavelski Neto, tenta acelerar o processo, mas ainda não obteve êxito.

“A gente acha que nunca vai acontecer com a gente, mas quando a gente se vê numa situação dessas aí a gente vê como a Justiça no brasil é demorada. O que ele tirou da gente nos partiu no meio. Nossa família está despedaçada, mas a gente gostaria de ver a Justiça sendo mais ágil”, relatou.

Por fim, Regisvaldo afirmou que a condenação não vai trazer alívio, porque não trará as vítimas de volta, mas a família terá, ao menos, a certeza que o crime bárbaro não ficará impune.

“Eu perdi toda a minha família. Vai dar um alivio saber que vai ser condenado. Não vai nos confortar porque esse conforto nunca mais, isso é uma dor que nunca mais sai da gente”, concluiu.

Cabe ressaltar que o crime teve repercussão nacional e inspirou o pacote antifeminicídio proposto pela senadora Margareth Buzetti (PSD). Inclusive, nesta semana, o presidente Lula (PT) sancionou o projeto de lei 6.212/2023 também de Buzetti, que determina a criação do primeiro Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais.

O CRIME

Gilberto dos Anjos era pedreiro em uma obra ao lado da casa onde Cleci e as filhas viviam. Ele foi para Sorriso depois de tentar estuprar e esgorjar uma mulher em outra cidade interiorana.

Fugido, passou a observar a rotina da casa da família Calvi Cardoso. Durante as investigações, a polícia concluiu que a intenção de Gilberto era atacar a matriarca da casa, Cleci, que tinha as mesmas características da vítima anterior. Ele aguardou Cleci retornar de viagem para invadir a residência.

No dia 24 de novembro, ele pulou pela janela do banheiro e surpreendeu Cleci. O inesperado foi a reação das filhas, que tentaram resistir ao criminoso.

Gilberto acabou matando todas elas. Cleci, Miliane e Manuela foram estupradas e esgorjadas. Já a caçula da família, Melissa, foi asfixiada até a morte.

Os corpos foram encontrados dias depois, quando o marido de Cleci e pai das meninas, Regisvaldo Cardoso, estranhou a falta de contato da família e pediu que parentes e que a polícia verificassem a situação.

Regisvaldo trabalha como caminhoneiro e não estava na cidade quando tudo aconteceu. Desde então, a família luta por justiça. Gilberto dos Anjos foi pronunciado ao Tribunal do Júri, mas a defesa interpôs recurso e o caso segue sem data para julgamento definitivo.  

LEIA MAIS: Chacina de Sorriso completa um ano e família faz homenagem emocionante nas redes sociais; assista

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