A Justiça determinou a suspensão das atividades econômicas do time ‘Amigos WT’ e de uma mecânica localizada no bairro Alvorada, em Cuiabá. As duas empresas eram usadas pelo tesoureiro do Comando Vermelho, Paulo Witer Farias Paelo, o WT, para lavar dinheiro do tráfico de drogas. A medida foi estabelecida na ação judicial que autorizou a Operação Fair Play, deflagrada pela Polícia Civil, na quarta-feira (27).
A ação policial teve o objetivo de prender oito alvos e cumprir mandados de busca e apreensão em um apartamento localizado em Itapema, litoral de Santa Catarina, utilizado como casa de veraneio por WT e seus comparsas. A Fair Play é um desdobramento da Operação Apito Final, deflagrada em abril deste ano, que investiga o grupo por lavagem de dinheiro da facção criminosa.
De acordo com os autos, o time de futebol tem faturamento mensal presumido de R$ 17.500. Além disso, houve uma movimentação financeira entre 12 de maio de 2023 a 15 de abril de 2024, em que os créditos somaram R$ 175.300,18 e os débitos totalizaram R$ 190.584,86.
Conforme análise do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a movimentação é acima da capacidade financeira e incompatível com perfil cadastrado com recursos expressivos oriundos de terceiros, sem relações esclarecidas, envolvendo principalmente uma locadora de equipamentos para construção e um escritório de advocacia, cujos valores foram destinados de maneira pulverizada entre terceiros, majoritariamente beneficiando empresas de pagamentos e serviços online, sem motivo plausível.
Já a mecânica, que está cadastrado como pessoa jurídica sob A.N.M DOS SANTOS, é gerenciada por um dos braços direitos de WT, Andrew Nickolas Marques Dos Santos, estabelecimento que também é usado como fachada para o crime.
Ainda segundo o processo, para acalmar a população e conquistá-los, o grupo faz doações de cestas básicas e demais ações sociais, fazendo a população ‘refém’, de forma que a sociedade acredita que o crime organizado faz o ‘bem’ e serve os interesses daquelas pessoas em bairros carentes.
“Impõem a sua vontade através de delitos, mantendo a população refém, utilizando métodos de tortura, tanto psicológica quanto física para aterrorizar os cidadãos, além de se aproveitarem das dificuldades da população para conquistá-los por meio de "ajuda" com ações sociais fraudulentas, cujo único propósito é acalmar a sociedade e lavar o dinheiro ilícito da organização”, traz trecho do documento judicial.
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