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Mundo Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025, 14:00 - A | A

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Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025, 14h:00 - A | A

Líderes europeus aumentam críticas a Musk por alegadas intervenções na política local

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

A pressão de líderes europeus contra a postura de Elon Musk vem crescendo nos últimos dias, na medida em que o bilionário, que fará parte do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinaliza maiores intervenções na política da região. A recente polêmica teve como estopim a programação de uma live na rede social X com a líder do partido alemão AfD, Alice Weidel, nesta quinta-feira, 9.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que as "pessoas normais, as pessoas sensatas, as pessoas decentes são a maioria neste país", segundo um porta-voz, uma semana depois de o governo ter acusado o magnata de usar o seu o X para tentar promover os interesses de países distantes. "Agimos como se as declarações do senhor Musk... pudessem influenciar um país de 84 milhões de pessoas com inverdades, meias-verdades ou expressões de opinião. Este simplesmente não é o caso", acrescentou. Além de seu apoio à AfD, Musk chamou o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier de "tirano".

Ontem, o presidente francês Emmanuel Macron fez críticas a Musk por promover o que descreveu como um "novo movimento reacionário internacional" do X. Sem nomear Musk diretamente, Macron referiu ao seu apoio ao AfD da Alemanha e à sua crescente interferência nas eleições europeias."Quem poderia imaginar, há 10 anos, que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo interviria diretamente nas eleições, inclusive na Alemanha?" disse. O francês alertou para os riscos colocados pelo poder desenfreado nas mãos de bilionários da tecnologia e para o impacto desestabilizador que podem ter nas instituições democráticas. Macron enquadrou a influência de Musk como um desafio aos valores democráticos da Europa, reforçando a necessidade de unidade europeia e resiliência contra perturbações externas.

O ex-comissário para temas digitais da UE, Thierry Breton, com quem Musk já teve divergências públicas, escreveu no sábado que Weidel receberá uma "vantagem significativa e valiosa" sobre seus concorrentes com a live, e lembrou o americano de cumprir suas obrigações legais de mídia social da UE.

O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Stoere, afirmou que acha "preocupante que um homem com enorme acesso às redes sociais e enormes recursos econômicos se envolva tão diretamente nos assuntos internos de outros países", disse Stoere à emissora pública norueguesa NRK. "Não é assim que as coisas deveriam ser entre democracias e aliados", acrescentou. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou ontem "mentiras e desinformação" que, segundo ele, estão minando a democracia do Reino Unido, em resposta a uma enxurrada de ataques de Musk ao seu governo. (COM INFORMAÇÕES ASSOCIATED PRESS)

(Com Agência Estado)

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