O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do registro de candidatura do candidato à prefeitura de Vera (460 km de Cuiabá), Yago Giacomelli (MDB) e da vice na chapa, Ana Maria Piedade. O órgão ministerial apontou abuso do poder político devido a um vídeo publicado nas redes sociais em que servidores municipais da Saúde saíram em defesa de Moacir Giacomelli, atual prefeito da cidade e tio de Yago.
O vídeo seria uma resposta a uma moção de repúdio aprovada pela Câmara de Vera contra o prefeito. A medida do Legislativo, por sua vez, se deu depois que Moacir Giacomelli se empossou secretário da Pasta e ofendeu uma cidadã, usuária da saúde pública.
"Emite Moção de Repúdio ao Prefeito Municipal de Vera, Senhor Moacir Luiz Giacomelli, em razão de suas falas proferidas por meio de ligação telefônica, a uma usuária do serviço de saúde público municipal, onde profere palavras de baixo calão", traz a ementa da moção.
Depois do ato da Câmara, Yago Giacomelli postou em suas redes sociais vídeo com cinco servidores da saúde. A justificativa, segundo o candidato, foi de que a moção de repúdio "atacou covardemente" a categoria. O Ministério Público, por outro lado, frisou que em nenhum momento o Legislativo se referiu aos servidores, limitando-se a repudiar o atual prefeito.
Para o órgão ministerial, os servidores serviram de propaganda eleitoral porque, além de defender o atual prefeito, o vídeo também traz menções ao plano de governo de Yago.
"O nosso plano de governo temos muitas propostas para melhorar ainda mais a nossa saúde. Eu quero falar agora especialmente sobre os servidores públicos da área da saúde, pois são eles que trabalham na linha de frente, deixam as suas famílias para cuidar da saúde da população. Infelizmente, nesta semana eles foram covardemente atacados com uma nota de repúdio", diz trecho do vídeo questionado pelo MP.
Segundo o Ministério Público, a conduta revela-se "inadmissível".
"Uma análise superficial da mídia veiculada é suficiente para averiguar o desvio de finalidade e o comprometimento da lisura do pleito em benefício da candidatura do representado", defende o parecer.
Nos pedidos, o MP requereu a oitiva dos envolvidos, a imediata suspensão da propaganda eleitoral e a declaração de inelegibilidade de Yago e Ana Maria Piedade, entre outras medidas.
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