A defesa de Michael Richard Silva Almeida, atualmente detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), apresentou um pedido à Justiça solicitando a revogação de sua prisão preventiva, sob o argumento de que Michael teria apenas emprestado sua conta bancária para Paulo Witer Farias, o WT, apontado como o tesoureiro do Comando Vermelho (CV). O pedido de habeas corpus foi ajuizado na última sexta-feira (10). O detento é suspeito de ser o 'braço direito' de WT.
No requerimento, o advogado de Michael argumenta que nenhum dos presos foram chamados para depor, prevalecendo a máxima inconstitucional de prender para depois investigar.
Michael foi alvo da operação 'Apito final' deflagrada pela Polícia Civil e é apontado como 'braço direito' de WT e responsável pelo recolhimento de dinheiro nos pontos de venda de drogas, o que, segundo consta, é uma das principais fontes de renda da organização criminosa. Em dois anos, ele movimentou R$321.662,25 em crédito e R$ 326.884,92, em débito. Além de emprestar seu nome para WT comprar um Toyota Corolla avaliado em R$ 180 mil.
As investigações apontaram que Michael “não possui vínculos empregatícios bem como capacidade econômica lícita demonstrada, o acusado realizou transações financeiras com outros alvos das investigações que totalizaram, no período de afastamento do sigilo bancário, a quantia de R$ 321.662,25 em crédito e R$ 326.884,92, em débito”, diz trecho da decisão que determinou a prisão preventiva de Michael.
Após o decreto de prisão preventiva, a defesa de Michael ajuizou um pedido de habeas corpus argumentando que nenhum grama de droga foi apreendido com o detento e que em nenhum momento foi mencionado na representação policial ou na decisão combatida que o investigado possui estilo de vida luxuoso e que esteja 'lucrando' com o crime.
OPERAÇÃO APITO FINAL
Em uma investigação que durou quase 2 anos, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele usou comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.
A operação foi deflagrada no dia 2 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis, onde ele montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas a eventos esportivos.
A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.
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