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Esportes Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 11:15 - A | A

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Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 11h:15 - A | A

Corinthians tenta avançar com RCE enquanto lida com acusações de fraude feitas por empresário

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Os advogados do Corinthians protocolaram uma manifestação junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para contestar petições protocoladas nos últimos dias pela Link Assessoria Esportiva, empresa do representantes de jogadores André Cury.

Documentos foram anexados pelo empresário e por outros credores em petições para mostrar à Justiça supostos indícios de fraudes cometidas pelo clube, no intuito de derrubar o processo da diretoria corintiana para estabelecer o Regime de Centralização de Execuções (RCE), iniciado no final de novembro do ano passado, alegando que o clube passa por um quadro claro de insolvência.

Entre as supostas irregularidades, em petição protocolada na segunda-feira, mesmo dia em que o Corinthians apresentou à Justiça o plano de pagamento aos credores, a advogada Adriana Cury, representante da Link, aponta que o Corinthians utilizou valores que teriam de ser destinados à Caixa Econômica Federal, com a qual o clube tem dívida pela arena em Itaquera, para pagar os salários de janeiro do elenco.

A quantia, paga pela Globo, estava bloqueada na Justiça e foi liberada após o banco auxiliar na obtenção de uma liminar. Existe um contrato de cessão fiduciária entre o Corinthians e a Caixa, acordado em julho de 2022, no qual é estabelecido o repasse de direitos de transmissão e eventuais receitas de vendas de jogadores ao banco para pagar a dívida da Neo Química Arena.

Na prática, o clube estaria impedindo execuções de credores como a Link, justificando que os recursos já estariam reservados à Caixa, mas continuaria tendo acesso ao dinheiro. "Com esta manobra, o Corinthians esvaziou a execução judicial interposta pela Link promovendo o levantamento através da Caixa dos valores de 12 milhões de reais e R$ 49.630.047,45 sob o fundamento que os créditos foram cedidos à Caixa através das Cessões Fiduciárias de Direitos."

De acordo com a defesa de Cury, as cessões "estão sendo utilizadas como mecanismo para desbloquear valores constritos nas execuções judiciais, sendo que, após a liberação, os valores retornam ao agravado", ou seja, ao Corinthians. "Isso caracteriza uma tentativa de fraude à execução, prejudicando tanto o Judiciário quanto os credores", diz uma das petições.

Adriana Cury afirma que esse tipo de situação ocorreu outras vezes, como em uma execução da empresa Pixstar contra o clube, e que os contratos não estariam registrados no Banco Central. Diante da situação, a representante de André Cury argumenta que o Corinthians não tem recursos para cumprir o RCE. Na petição protocolada na segunda-feira, pede a quebra do sigilo bancário do clube.

"Que seja deferida a quebra de sigilo bancário do Corinthians, a fim de que Vossa Excelência realize as pesquisas SISBAJUD e obtenha os extratos bancários das contas correntes do clube mantidas junto à Caixa, conforme indicados nos (juntado sob sigilo), permitindo que a Link comprove que os valores recebidos sob a rubrica 'transmissão', referentes aos contratos de cessões sub judice, transitaram entre as contas bancárias e, após, foram disponibilizados pelo Corinthians, de forma a comprovar a fraude alegada."

Também é solicitado que a Globo e a CBF apresentem a relação de todos os pagamentos efetuados ao Corinthians desde julho de 2022 e comprovantes que comprovem que a emissora foi informada de que os direitos foram cedidos à Caixa.

O QUE DIZ O CORINTHIANS?
Em manifestação enviada à Justiça, a defesa do Corinthians, encabeçada pelos advogados Elias Mubarak, afirma que os requisitos para o processamento do RCE sequer deveriam estar sendo suscitados nos autos. Isso porque a análise prévia das condições foi realizada pelo TJSP, e qualquer insatisfação deveria ser remetido ao tribunal. Contudo, o prazo para apresentação de recurso se encerrou em 22 de janeiro.

A defesa destaca ainda estar em vigor o período para apresentação do plano, e que, em ato de boa fé, apresentou todas as demonstrações financeiras dos últimos três exercícios, incluindo 2024, ao contrário do que a credora alega. Os representantes do Corinthians também negam as acusações de que a agremiação se beneficia de "supostas cessões fiduciárias" para fraudar o RCE.

"Tais alegações não passam de falácias, que visam apenas tumultuar e incutir dúvidas e desconfianças sobre o procedimento requerido pelo clube. Se a real intenção do Corinthians fosse fraudar credores, por qual motivo o clube ingressaria com o pedido de instauração de RCE para - justamente - pagar suas obrigações diretamente aos seus credores?", dizem os advogados do clube na manifestação.

"Fica evidenciado pela conduta do referido credor é que pretende utilizar este processo com o único objetivo de pressionar indevidamente o Requerente e, pior, apenas satisfazer seus anseios pessoais indo de encontro com o interesse do coletivo de credores que possuem créditos em face do Requerente, além de causar evidentes prejuízos para a manutenção das atividades do clube, colocando em risco a manutenção das centenas de empregos gerados pelo requerente", completam.

A defesa do clube também reclamou do fato de a Link Esporte e Assessoria não estar disposta a uma negociação, e criticou o pedido de bloqueio a valores que seriam destinados à Caixa.

DÍVIDAS
André Cury é o terceiro maior credor do clube, que deve R$ 28,8 milhões ao agente. A dívida foi reconhecida no último mês de gestão de Duílio Monteiro Alves, ex-presidente do Corinthians.

Somando as pendências com André Cury, Giuliano Bertolucci e também o empresário Carlos Leite, o Corinthians deve somente aos agentes aproximadamente R$ 170 milhões. O plano de pagamento e parcelamento de dívidas apresentado para ingresso no RCE é de R$ 379 milhões.

A equipe jurídica do Corinthians iniciou contatos com os credores em janeiro deste ano para negociar a dívida e alinhar o pagamento. O RCE é um mecanismo criado junto à Lei de SAF que prevê a possibilidade de que clubes de futebol ou pessoas jurídicas originais requererem a centralização das execuções em um único juízo, para organizar e facilitar o pagamento de suas dívidas.

Ao todo, o Corinthians tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Somente a pendência com a Caixa representa um montante de R$ 710 milhões do total.

(Com Agência Estado)

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