Jornalistas perguntaram a Mercadante se ele se referia ao governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), ao mencionar os "prisioneiros da polarização".
A fala foi em um evento relacionado a obra no Estado de Ratinho para o qual o político foi convidado, mas não compareceu.
Os presentes na solenidade entenderam como uma crítica indireta ao pessedista, mas Mercadante afirmou que não era algo direcionado.
"Não falei especificamente de nenhum governador, mas é uma coisa que serve para todos aqueles que não assumem uma relação de reciprocidade. Tivemos, por exemplo, recentemente, aqui em Brasília. Estamos financiando um trecho do metrô em Samambaia, duas estações, projeto de R$ 400 milhões. Não ouvi uma palavra do governador dizendo 'obrigado, BNDES, obrigado, governo Lula, pela parceria que estamos fazendo'. Sendo que o governo anterior não financiou um metro. Essa reciprocidade ajuda a construir uma relação civilizada para acelerar e fazer mais coisas", declarou o presidente do BNDES.
"Isso vale para todos aqueles que não entenderam que a relação republicana tem que ser preservada assim como o Estado Democrático de Direito. Seja quem for eleito, tem que reconhecer quem foi eleito. Tem mandato para trabalhar junto", disse Mercadante.
A dificuldade de interlocução com governadores próximos do bolsonarismo, como é o caso de Ratinho e Ibaneis, é uma reclamação constante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seus auxiliares.
Um exemplo recente foi fala de Lula após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticar o governo por causa dos vetos a trechos do projeto de renegociação da dívida dos Estados. "O governador de Minas Gerais deveria vir aqui e me trazer um prêmio, me trazer um troféu. O que nós fizemos para os Estados que não pagavam a dívida com a União talvez só Jesus Cristo fizesse se ele concorresse à Presidência da República", declarou o petista em 22 de janeiro.
(Com Agência Estado)
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