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Economia Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 18:00 - A | A

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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 18h:00 - A | A

Juros: taxas sobem à espera de Copom e de olho em teto do crédito consignado

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Os juros futuros renovaram máximas intradia logo após o Federal Reserve (Fed) manter inalterada a taxa dos Fed funds, com o mercado estranhando que o comunicado não tenha mencionado que a inflação fez progresso rumo à meta. O presidente do Fed, Jerome Powell, suavizou a mensagem durante coletiva de imprensa e conseguiu aliviar a pressão na curva tanto doméstica quanto dos próprios Treasuries. Porém, parte do efeito foi absorvido, com o vértice curto acentuando alta perto do fechamento, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que um teto de juros no novo desenho do crédito consignado para trabalhadores do setor privado está em discussão no governo.

A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 15,180%, de 15,146% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 15,375%, de 15,303%, e o para 2029 avançou para 15,115%, de 15,059% no ajuste de ontem.

A decisão unânime de manter inalterada a taxa dos Fed funds na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano veio em linha com a expectativa do mercado. Diferentemente da última reunião, contudo, o comunicado não mencionou que a inflação fez progresso rumo à meta, nem citou arrefecimento do mercado de trabalho.

Para Serrano, o presidente do Fed "esclareceu que a retirada do parágrafo de que a inflação fez progresso rumo à meta - que havia causado desconforto no mercado - foi só para simplificar o parágrafo, acrescentando que os dois últimos dados de inflação foram bons e que não vê o mercado de trabalho inflacionário nos níveis atuais". Assim, aliviou parte do estresse na curva dos Treasuries e na doméstica.

Agora o mercado aguarda a decisão de política monetária do Brasil. Serrano menciona que a curva de juros precifica 100% de chance de alta de 1 ponto porcentual na Selic nesta quarta-feira. A probabilidade de outra alta de 1 pp em março também está em 100%. Ambas acompanham forward guidance do BC de dezembro.

Perto do fechamento, os juros futuros de curto prazo voltaram a acentuar alta após declarações de Haddad de que um teto de juros no novo desenho do crédito consignado para trabalhadores do setor privado está em discussão. "Em um momento em que o Banco Central está batalhando pra trazer as expectativas e a inflação de volta à meta, com a atividade precisando desacelerar para concretizar esse movimento, essa ação do governo vai em direção contrária à ação do Copom, ao impulsionar o mercado de crédito e contribuir para um menor desaquecimento da demanda agregada", afirma o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi. Para ele, a declaração do presidente da Febraban, Isaac Sidney, de que o crédito consignado privado pode sair de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões, "chama a atenção".

No pano de fundo, o mercado também monitorou dados relacionados à confiança da indústria, que caiu em 24 dos 29 setores industriais em janeiro, em todas as regiões do Brasil e em todos os portes de empresa.

(Com Agência Estado)

 

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