Com o ano ingressando no último mês, os investidores aguardam, na outra semana, as deliberações sobre juros do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e do Copom, no Brasil. E ainda digerem com dificuldade o pacote de cortes de gastos da semana passada, com descrença de que o governo conseguirá alcançar a prometida economia de R$ 70 bilhões ao longo dos próximos dois anos. Assim, o câmbio se manteve pressionado nesta abertura de dezembro, chegando o dólar a R$ 6,09 na máxima da sessão - após o nível inédito de R$ 6,11 no intradia da sexta-feira - e fechando, hoje, a R$ 6,0680, novo recorde histórico de encerramento, em alta de 1,11%.
"Apesar de manifestações pontuais do Banco Central e de deputados em apoio à credibilidade fiscal, boa parte do mercado interpreta que essas medidas não serão suficientes. A visão predominante é que o novo arcabouço fiscal dificilmente será cumprido nos próximos anos, mantendo a dívida pública brasileira em uma trajetória insustentável", aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Na B3, Petrobras ON e PN mostraram ganhos de 0,26% e 0,64% no fechamento, mais modestos do que os vistos durante a sessão, assim como Vale ON, em alta limitada a 0,24%, o que foi insuficiente para compensar o efeito negativo das ações de grandes bancos sobre o índice da B3, em baixa entre 0,81% (BB ON) e 2,14% (Bradesco PN) na sessão. Em Nova York, os principais índices mostraram variação entre -0,29% (Dow Jones) e +0,97% (Nasdaq) no fechamento. Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque hoje para Ambev (+4,08%), SLC Agrícola (+3,22%) e Minerva (+2,74%). No lado oposto, Azul (-7,91%), Raízen (-4,55%) e LWSA (-4,28%).
"O Ibovespa tendeu hoje levemente ao negativo, com alguma melhora em parte da tarde quando renovou as máximas do dia. Houve certa melhora na curva de juros também em parte da sessão, mas os vértices mais longos ainda mostram viés de alta. Novembro terminou da pior forma possível, o que define, por enquanto, o humor para o final do ano. Chegamos a dezembro com cenário um pouco mais conturbado", diz Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, acrescentando que certo rebalanceamento das carteiras resultou em recente melhora de fluxo para os ativos.
"Perspectiva ainda é muito incerta para que ocorra uma virada de chave, o que interfere na alocação de recursos e também na liquidez para este mês de dezembro", observa Caldeira.
(Com Agência Estado)
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