O professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), Wilson Conciani, comparou a tragédia de Capitólio (MG), no Lago das Furnas, ocorrida em 2022, com o que pode acontecer a qualquer momento no trecho da MT-251, no Portão do Inferno. O profissional foi contratado pelo governo estadual para fazer consultoria da atual situação do local. Ao total, 16 pontos de risco foram identificados na via que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (62 km de Cuiabá). Contudo, o trecho do Portão do Inferno e o da Curva do Mel são considerados os mais críticos.
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"É um momento delicado, é uma situação já bastante antiga que se arrasta há muitos anos. Toda essa área da MT-251 é uma área de conservação ambiental, mas é também uma área de trânsito. Nesse caso, o trânsito está numa situação delicada. A gente tem instabilidades (no passagem de veículos) e podem derrubar grandes blocos sobre e sob a rodovia. O fenômeno que aconteceu em Capitólio, no Lago de Furnas, pode se repetir em Chapada dos Guimarães a qualquer momento", declarou Wilson Conciani, em entrevista à Rádio Cultura, na manhã desta segunda-feira (4).
Segundo o professor Wilson Conciane, 16 pontos de risco foram identificados ao longo da MT-251, entre o Complexo da Salgadeira e a Cachoeira Mata Fria. Contudo, a região do Portão do Inferno e no trecho da Curva do Mel são considerados os mais críticos e onde já são realizadas obras emergenciais. Ele ainda explicou que uma medida é bloquear a passagem de veículos pesados sobre o trecho, que "está fragilizado". Medida que já foi adotada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra).
"Existe o perigo e ele é latente. A que momento vai acontecer? Ninguém tem condição de dizer. O que a gente pode dizer com segurança é que (o desmoronamento) acontecerá. Por isso que o trabalho que está sendo feito lá é simplesmente emergencial, para conter o mais imediato", disse. "Não pode ter trânsito pesado de forma alguma. É um trânsito que introduz muita vibração", completou.
O professor Wilson Conciani ainda disse que foi entregue ao governo do Estado uma lista de alternativas do que pode ser feito na MT-251. Durante a entrevista, ele não disse quais as possibilidades apontadas. "A partir das decisões que o governo do Estado tomar é que a gente vai fazer. Por enquanto, o que estamos fazendo é instalando instrumentos e fazendo sondagem. Todas essas possibilidades vão precisar de estudos".
Soluções definitivas devem ser apresentadas nos próximos dois ou três meses, conforme informou Wilson Conciani. "A ponte estaiada é uma solução. É possível! Mas é preciso que a gente veja se o material que está lá aguentaria fundações dessa ponte. Não posso colocar um pilar no meio do despenhadeiro do Portão do Inferno e acabar com a beleza natural. É preciso construir uma coisa que seja sustentável", explicou.
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