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Cidades Quinta-feira, 11 de Maio de 2017, 14:14 - A | A

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Quinta-feira, 11 de Maio de 2017, 14h:14 - A | A

DEU NO ESTADÃO

Pantanal perdeu 16% de sua vegetação nativa por conta da pecuária extensiva

ESTADÃO CONTEÚDO

Maior planície inundável do mundo, com campos naturais que tradicionalmente foram ocupados por gado solto, em uma pecuária extensiva considerada sustentável, o Pantanal está perdendo área para pastagens exóticas e observa a soja chegando ameaçadora a partir do vizinho Cerrado.

 

Divulgação

PANTANAL

 

Monitoramento feito pelo Instituto SOS Pantanal divulgado ontem aponta que o bioma já perdeu, até o ano passado, 15,7% da sua área de vegetação nativa, ou 23.700 km², um pouco maior que o Estado do Sergipe. O principal motivo é essa conversão para gramíneas não nativas, como a africana braquiária, para uma intensificação da pecuária.

 

O problema vem crescendo desde o início do século. Em 2002, a estimativa era de perda de apenas 10,9% da vegetação nativa. A alta até agora é de 44%, num ritmo de conversão de cerca de 500 km² por ano. Essa velocidade assusta quando comparada com valores da Amazônia, bioma 27 vezes maior, e que perdeu, em média, nos últimos anos cerca de 5 mil km².A pressão ao bioma também vem do que ocorre em seu entorno.

 

Por isso o trabalho destaca as alterações sofridas em toda a Bacia do Alto Paraguai, onde o Pantanal está inserido. A planície pantaneira é cercada por terras altas, onde se encontram as nascentes dos rios que vão irrigá-la. No planalto, houve alteração humana em 61% da área (ou 132.592 km² – um pouco maior que a Grécia), especialmente pela expansão da pecuária e da soja.

 

Em toda a bacia, 55,5% da área já foi dominada por pastagem, sendo 17% disso no Pantanal. A agricultura já cobre 11,7% da área total, sendo 1% na planície. A soja vai chegando pelas bordas, ao norte do bioma e ao sul, na região de Bonito. “A soja não pode ser inundada, ou morre, então para vir para cá teriam de ser feitos drenos. Mas se fizer isso acaba com o Pantanal. Fizeram isso em Bonito e isso já inviabilizou o esquema de mergulho em uma fazenda”, diz Felipe Dias, diretor executivo do Instituto SOS Pantanal.

 

Catia Zela de Sá

jacarés/cayman/jacare/pantanal

 Jacaré do Papo Amarelo, no Pantanal

Por um lado, essas modificações nas nascentes no planalto já levaram a assoreamento dos rios. Os sedimentos que chegam à planície acabam se acumulando, provocando, em algumas regiões, inundações ainda maiores do que as habituais. Por outro lado, a perda de vegetação impacta a própria oferta de água.

 

Esponja

“O Cerrado (no planalto) é um grande aquífero. De origem arenítica, funciona como uma esponja que armazena água. Por isso, apesar de só chover no verão e ser seco no inverno, os córregos continuam correndo porque o aquífero os abastece. Ma se retira a vegetação, a água não infiltra, e o volume de água que desce para a planície é menor”, explica Dias.

 

Por conta disso, os pantaneiros têm observado que as cheias diminuíram, alterando o regime característico do Pantanal. “A instalação de atividades no planalto já causou mal aqui. Imagine se vierem mais para cima da planície?”

 

Em razão desse cenário, a ONG e outros especialistas em Pantanal defendem a criação de um marco legal específico sobre o bioma, a exemplo da Lei da Mata Atlântica, que proíbe quaisquer novos desmatamentos, exceto com autorizações, como para obras de interesse público.

 

O tema deverá ser discutido na quinta-feira, em Brasília, no Ministério do Meio Ambiente, com os governadores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde ocorre o Pantanal. O objetivo é construir políticas públicas para a proteção do Pantanal e o desenvolvimento econômico de suas potencialidades, como o turismo integrado com as práticas econômicas que já existem.

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